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A Teoria do

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A Teoria do Garden Path Antes do modelo TGP A Psicoling stica moderna come ou como um empreendimento de coopera o entre linguistas e psic logos ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: A Teoria do


1
A Teoria do Garden Path
2
Antes do modelo TGP
  • A Psicolingüística moderna começou como um
    empreendimento de cooperação entre linguistas e
    psicólogos durante os primeiros anos da década de
    cinqüenta. Em seus primórdios, a Psicolingüística
    foi influenciada pela tradição do Behaviorismo.
    Na década seguinte o modelo Chomskyano foi
    dominante nos 70s a Psicolingüística afasta-se
    da lingüística e aproxima-se das Ciências
    Cognitivas. Nos 80s há uma reaproximação c/a
    Lingüística que continuou se estreitando nos
    90s e vem florescendo na presente década.
  • 50 Início dos estudos em Psicolingüística sob a
    égide do Behaviorismo.
  • 60 A Psicolingüística torna-se Chomskyana
  • 70 A Psicolingüística é absorvida pela
    Psicologia Cognitiva
  • 80- atual Reaproximação crescente c/ a
    Lingüística

3
S ?r ?s ?R
  • Década de 50 o Behaviorismo
  • Nas primeiras décadas do século XX há uma
    crescente oposição às concepções mentalistas em
    Psicologia e em Lingüística. Em 1920, o
    behaviorismo já é o paradigma dominante. Os
    behavioristas favoreciam o estudo do
    comportamento objetivo, freqüentemente c/ animais
    de laboratório, abandonando por completo o estudo
    de processos mentais. A ênfase recaía sobre o
    papel de contingências ambientais (reforço e
    punição) sobre o comportamento. Só por volta de
    1950 é que os behavioristas passam a
    interessar-se por temas lingüísticos, abandonando
    seus ratos de laboratório para tentar estudar o
    que chamavam de comportamento verbal. Diversas
    pesquisas nesta época fundamentavam as teses de
    Verbal Behaviour de Skinner, de que o
    comportamento verbal era passível de
    condicionamento por reforço
  • Jack Jill (Bloomfield)
  • 1. Verplanck (1955) mmm study
  • Afirmações de estudantes universitários
    apresentavam índice de qualidade crescente
    quando estimuladas por reforçadores verbais como
    mmm ou bom
  • 2. Greenspoon (1955) produção de plural
  • Aumentava-se o índice de palavras no plural
    quando se dirigia o reforço para este tipo de
    palavra. Podia-se influenciar a escolha de
    palavras na conversa com reforço gestual (meneio
    de cabeça).

4
A psicolingüística de base Chomskyana
  • Segundo Tannenhaus, há três modos distintos
    pelos quais as idéias de Chomsky influenciaram a
    Psicolingüística.
  • 1. Contribuição metodológica afirmando o
    inatismo e o fato de que a mente é rica em
    estrutura
  • 2. O problema lógico da aquisição da linguagem
    fornece o quadro para a pesquisa em
    Psicolingüística desenvolvimental
  • 3. A teoria lingüística Chomskyana guiou a maior
    parte da pesquisa em Psicolingüística
    Experimental durante os 60s.

5
Estudos psicológicos da gramática
  • Desde a década de 50, quando surge a
    Psicolingüística, nos EUA, num contexto ainda
    behaviorista, mas já decisivamente influenciado
    pelo gerativismo e pela Inteligência Artificial,
    os primeiros experimentos investigaram o papel da
    estrutura na compreensão. Os experimentos de
    Miller e seus colegas, por exemplo
  • 1. Sílabas sem sentido são facilmente
    aprendidas em estruturas frasais
  • Yig wur vum rix hum jig miv
  • era mais dificilmente memorizado do que
  • The Yir wurs vum rixing hum in jig miv.
  • Resultado Epstein (1961) sugeriu que este fato
    revela a importância da estrutura frasal nos
    processos de armazenagem e recuperação de memória.

6
2. Retenção de Constituintes Sentenciais na
Memória de Trabalho
  • Unless the temperature drops below freezing,
    rain will fall
  • freezing
  • Unless the storm moves farther north, freezing
    rain will fall
  • freezing
  • Caplan (1972) A informação sentencial é
    acumulada na memória de trabalho em conjuntos
    correspondentes aos constituintes oracionais

7
3. Locação de Clicks
  • Garrett, Bever Fodor, 1966
  • That he was happy ? was evident from the way he
    smiled
  • As unidades de processamento são resistentes à
    interrupção. Mesmo quando o click estava no meio
    de um constituinte, ele era percebido como
    estando na fronteira.

8
A realidade psicológica da sintaxe
  • 4. Percepção de fonemas, palavras e frases em um
    background de ruído
  • Resultado Frases eram percebidas mais
    prontamente do que palavras e palavras mais
    prontamente do que fonemas, indicando que QUANTO
    MAIS ESTRUTURA, MAIS FÁCIL A COMPREENSÃO.
  • 5. Percepção de frases em background de ruído
  • (a) frases bem formadas Os ursos roubam mel das
    colméias
  • (b) frases anômalas semanticamente, mas
    sintaticamente bem formadas Colorless green
    ideas sleep furiously
  • (c) frases sintaticamente mal formadas On
    trains hive elephants the simplify
  • Resultados Sujeitos recuperaram mais palavras
    das frases em a, do que das frases em b e mais
    palavras das frase em b do que das frases em c,
    demonstrando que a estrutura sintática tem um
    papel na compreensão, até mesmo quando as
    palavras não tem sentido.

9
A Teoria da Complexidade Derivacional - DTC
  • A primeira grande teoria em Psicolingüística foi
    a Derivational Theory of Complexity de Miller e
    associados. A presunção fundamental desta teoria
    era a de que as frases com uma história
    derivacional mais complexa deveriam ser mais
    difíceis de processar. Animado por seus estudos
    anteriores de que a sintaxe influencia a
    compreensão, Miller e associados montaram
    experimentos para testar uma versão mais forte, a
    de que a compreensão usa a gramática de forma
    direta. A teoria DTC funcionava assim quando uma
    frase é ouvida ou lida, seu marcador superficial
    é computado. Deste marcador recuperava-se o
    marcador do kernel subjacente revertendo as
    transformações que se aplicavam na derivação da
    frase. A idéia era a de que as transformações
    requeriam tempo de processamento. A cada
    transformação revertida aplicava-se um tag, assim
    a representação final era um kernel um
    conjunto de tags. Por exemplo, quando se ouvia
    uma frase como

10
A DTC
  • PATRICIA QUER VESTIR-SE
  • CVgt PATRICIA QUER VESTIR-SE
  • SSIgt PATRICIA QUERER VESTIR-SE
  • REFLgt PATRICIA QUERER PATRICIA VESTIR-SE
  • PATRICIA QUERER PATRICIA VESTIR PATRICIA

11
A DTC
  • Assim, uma frase com maior número de
    transformações seria mais custosa processualmente
    do que uma frase com menor número de
    transformações. Vários experimentos foram
    desenvolvidos não só por Miller, mas por outros
    estudiosos para testar a teoria
  • Os primeiros estudos pareciam confirmar a teoria
  • McMahon(1963)
  • Afirmativa ativa
  • 5 precedes 13
  • Afirmativa passiva
  • 13 is preceded by 5
  • Negativa ativa
  • 13 does not precede 5
  • Negativa passiva
  • 13 is not preceded by 6
  • Transformação de Negação The sun is not shining
    era mais difícil de compreender do que sua
    contraparte afirmativa.

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A falência da DTC
  • Mas diversos estudos posteriores demonstram que
    outras transformações não eram mais custosas,
    passando-se a interpretar o resultado da negativa
    não como efeito da DTC, mas como efeito
    puramente semântico.
  • Bever, Fodor, Garrett Mehler
  • Movimento de partícula John phoned the girl
    up
  • John phoned up the girl
  • As duas frases eram processadas no mesmo tempo.
    Outros estudos chegaram mesmo a verificar que
    frases com mais transformações eram processadas
    mais rapidamente do que contrapartes com menos
    transformações.
  • Outros estudos retestaram ativa/passiva e também
    não ofereceram suporte à teoria. Assim, os
    resultados indicaram que as pessoas não parecem
    produzir frases complexas aplicando
    transformações mentais a sentenças simples. Ou
    seja, transformações não eram psicologicamente
    reais. Esse foi um revés que levou ao afastamento
    da Psicolingüística da Lingüística.

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A realidade psicológica das EPs
  • Outros estudos, no entanto, pareciam seguir na
    linha de que as estruturas sintáticas são
    psicologicamente reais. Aqueles estudos, por
    exemplo, sobre
  • -Percepção de tons/cliques de Fodor, Bever e
    Garrett os cliques eram percebidos em pontos
    identificados como as fronteiras relevantes para
    a EP. É desta época a introdução de diferentes
    paradigmas experimentais, tais como monitoramento
    de fonemas, decisão lexical, reconhecimento de
    sonda.
  • - Sachs (1967) Os ouvintes lembram do conteúdo
    de uma frase, mas não de sua forma - evidência de
    que as pessoas se lembram das EPs e estas são
    reais.
  • Wanner (1974) RECONHECIMENTO DE SONDA de
    palavra na EP era mais efetiva quanto mais vezes
    a palavra aparecia na EP. Assim, em Patricia
    quer vestir-se, Patricia estaria mais ativo do
    que em Patricia quer sair. Discutia-se a
    interpretação em termos de processamento de
    co-referência.

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Além da estrutura
  • Entretanto, na década de 70 mesmo esta versão
    mais fraca da teoria não vai sobreviver. Uma
    série de experimentos realizados por Bransford
    Franks demonstraram que a representação mnemônica
    de uma frase inclui elementos que não estão na
    EP, mas que são derivados de inferências baseados
    no conhecimento do mundo. Assim, frases como
  • Três tartarugas descansavam sobre um tronco e um
    peixe nadou por baixo delas
  • Podiam ser interpretadas tanto como
  • - O peixe nadou por baixo das tartarugas
  • - O peixe nadou por baixo do tronco
  • Sendo a segunda interpretação uma inferência que
    não estaria de modo algum representada na EP.
    Como analisa Tannenhaus, a 2a interpretação é
    inferida da frase mediante o uso de conhecimento
    das relações espaciais do mundo real. Este
    estudo, junto a outros chamou a atenção para a
    importância de fatores não gramaticais na
    compreensão, tal como o contexto.

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Anos 70
  • Com gemas furtadas financiando-o, nosso herói
    desafiou bravamente todo o desdém e a zombaria
    com que tentavam impedir seu intento. seus
    olhos vos enganam, retrucou. Um ovo, não uma
    mesa, tipifica este planeta inexplorado. Agora
    três irmãs obstinadas buscam as provas, forjando
    seu caminho ora na calma vastidão, ora sobre
    picos e vales turbulentos. Assim, os dias se
    tornaram semanas enquanto os incrédulos
    espalhavam boatos e temores por toda parte.
    Finalmente, como que chegadas do nada, criaturas
    aladas surgiram trazendo a certeza do sucesso.
  • (Anderson, E., 1976)

16
Anos 70
  • Vimos então que durante os 70s a pesquisa se
    direciona para o discurso, pragmática,
    inferência. Mas e os estudos de Processamento
    Sintático? Houve também posições intermediárias,
    que procuraram conciliar os resultados
    contraditórios. Assim, propôs-se que as
    estruturas sintáticas de superfície são
    psicologicamente reais, mas não as
    transformações. No modelo da época havia o
    componente gerativo, que gerava as EPs e o
    componente transformacional que convertia EP em
    ES.
  • Os estudos com base na gramática, ainda que
    marginais, continuaram, tomando um novo impulso
    no fim da década de 70. Principalmente os estudos
    relatados em Fodor Bever e Garrett, que haviam
    sido os responsáveis por experimentos que
    desconfirmaram a DTC e que procuravam uma
    alternativa para aquela teoria. É dessa época o
    levantamento preliminar de diferentes tipos de
    frases como as frases de encaixe central e,
    principalmente, as frases com ambiguidades
    estruturais locais e temporárias conhecidas como
    garden paths, que serão objeto de estudos,
    constituindo-se na teoria do garden path,
    principalmente pelo trabalho de Frazier e
    associados em Amherst, já no final dos 70s e
    começo dos 80, sob a égide do modelo GB.

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Bever, 1970
  • A frase clássica de Bever que abre o campo do
    garden path(1970)
  • The horse raced past the barn fell
  • Frases de encaixe central também foram
    reconsideradas, mas a o foco das pesquisas
    centrou-se sobre o garden path . A questão por
    que e sob que condições o Mecanismo Humano de
    Processamento de Frases (HSPM) ou parser adota
    uma análise de uma estrutura ambígua ao invés de
    outra. Lança-se aí um problema central na
    compreensão lingüística como se resolve a
    ambigüidade. O trabalho de Bever (1970) The
    Cognitive Basis for Linguistic Structure,
    distingüe regras de estrutura gramatical de
    heurísticas ou estratégias perceptuais.

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Bever (1970)
  • Bever propôs uma série de estratégias
    não-transformacionais para explicar não só
    porque algumas frases são mais demoradas para
    processar do que outras, mas também para tentar
    explicar os erros que as pessoas cometem ao ouvir
    frases. Essas estratégias já foram alvo de
    muitas críticas, por não serem completas,
    meramente descritivas, serem redundantes e até
    mesmo por estarem simplesmente erradas. É o caso
    da estratégia
  • NVN -gt Ator Ação Objeto
  • Seus princípios tem hoje mais um valor histórico.

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As estratégias de Kimball (1973)
  • Princípio I Top Down
  • O parsing nas línguas naturais procede de acordo
    com um algoritmo top-down.
  • Princípio II Right Association
  • Os constituintes são preferencialmente apostos
    ao nó mais baixo em construção.
  • Princípio III New Node
  • Um item funcional assinala o início de um novo
    nó.
  • Princípio IV Two Sentences
  • Os constituintes de não mais do que dois S podem
    ser parseados ao mesmo tempo.
  • Princípio V Closure
  • Um nó deve ser fechado logo que possível
  • Princípio VI Fixed Structure
  • O custo da reanálise dos constituintes de um
    sintagma (phrase) fechado é computacionalmente
    alto.
  • Princípio VII Processing
  • Uma vez parseado, um sintagma (phrase) deve ser
    removido da área de trabalho da memória de curto
    prazo.

20
Kimball
  • Someone shot the servant of the actress who was
    on the balcony.
  • ( Right Association )
  • Alguém baleou o empregado da atriz que estava na
    varanda.
  • ( Right Association )
  • O rato que o gato que o cachorro perseguiu mordeu
    morreu.
  • ( Two Sentences )
  • O cachorro perseguiu o gato que mordeu o rato que
    morreu.
  • ( Closure )
  • That is a nice flower/That boy is her
    brother/That the boy left is surprising.
  • ( Top down )
  • The girl pushed through the window cried
  • ( Closure )
  • Mãe suspeita de assassinato de filho morre
  • ( Closure )
  • They knew the girl was in the closet/ They knew
    that the girl was in the closet.
  • ( New Node )
  • Eles viram a menina no armário/ Eles viram a
    menina entrar no armário
  • ( Closure )
  • The girl persuaded her enemies were in the
    closet.

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The Sausage Machine
  • Frazier e Fodor (1978) e, principalmente, Frazier
    (1979) unificam em um sistema mais econômico e
    elegante as estratégias propostas durante a
    década de setenta por Bever e por Kimball. Dois
    princípios são inicialmente propostos Late
    Closure LC (Aposição Local) e Minimal
    Attachment MA (Aposição Mínima). Basicamente, o
    modelo de Frazier e Fodor, que ficou conhecido na
    literatura como Sausage Machine a máquina de
    salsichas é composto de dois estágios um PPP
    Preliminary Phrase Packager , que procede à
    estruturação inicial dos itens lexicais em
    sintagmas e um SSS Sentence Structure
    Supervisor , responsável pela estruturação
    subseqüente dos sintagmas em um marcador frasal
    completo. As decisões iniciais do PPP quanto às
    relações estruturais entre os nós sintáticos são
    determinadas pelo LC e pelo MA.
  • Frazier Fodor (1978) demonstram, por exemplo,
    que em uma frase como (i), o item down tende a
    ser aposto mais baixo, no âmbito do SN glove,
    resultando em um efeito garden-path. Já em uma
    frase como (ii) em que o constituinte é mais
    pesado, a frase é processada (parsed)
    corretamente, podendo-se apor com mais facilidade
    o constituinte ao verbo e não ao SN mais baixo
  • She threw the bat, the ball and the glove
    down
  • She threw the bat, the ball and the glove down
    into the mud

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A Teoria do Garden Path (Labirinto)
23
TGP
  • Pressupostos
  • 1. Modularidade da Mente
  • 2. Processador serial
  • 3. Processador sintático inicial
  • 4. Imediaticidade da Análise sintática
  • Princípios
  • 1. Aposição Mínima (Minimal Attachment)
  • 2.Aposição Local (Late Closure)
  • 3. Antecedente Ativo (Active Filler)
  • 4. Estratégia do Antecedente mais Recente
  • (Most Recent Filler Strategy)
  • 5. Princípio da Cadeia Mínima (Minimal Chain
    Principle)

24
Veríssimo, L.F. O Zelador do Labirinto. (2003).
Revista Ícaro, 230, RMC Editora, p. 34.
  • O zelador do labirinto
  • Tem também a história do zelador do labirinto.
    Todos os dias ele saía de casa cedo, com sua
    marmita, e entrava no labirinto. Seu trabalho era
    percorrer todo o labirinto, inspecionando as
    paredes e o chão, vendo onde precisava um
    retoque, talvez uma mão de tinta, etc.Era um
    homem metódico. Pela manhã, fazia a ronda do
    labirinto, anotando tudo que havia para ser
    consertado, depois saía do labirinto, almoçava,
    descansava um pouquinho, e entrava de novo no
    labirinto, agora com o material que necessitaria
    para seu trabalho. Quando não havia nada para ser
    consertado, ele apenas varria todo o labirinto e,
    ao anoitecer, ia para casa. Um dia, enquanto
    fazia a sua ronda, o zelador encontrou um grupo
    de pessoas apavoradas. Queriam saber como sair
    dali. O zelador não entendeu bem. Como, sair?
    A saída! Onde fica a saída? É por ali apontou
    o zelador, achando estranha a agitação do
    grupo.Mais tarde, no mesmo dia, enquanto varria
    um dos corredores, o zelador encontrou o mesmo
    grupo. Não tinham encontrado a saída. Estavam
    ainda mais apavorados. Alguns choravam. Alguém
    precisava lhes mostrar a saída!

25
Veríssimo, L.F. O Zelador do Labirinto. (2003).
Revista Ícaro, 230, RMC Editora, p. 34.
  • Com uma certa impaciência, o zelador começou a
    dar a direção. Era fácil. Saiam por ali e virem
    à esquerda. Depois à direita, depois à esquerda,
    esquerda outra vez, direita, direita, esquerda...
    Espere! gritou alguém. Ponha isso num
    papel.Sacudindo a cabeça com divertida
    resignação, o zelador pegou seu caderno de notas
    e toco de lápis e começou a escrever. Deixa eu
    ver. Esquerda, direita, esquerda,
    esquerda.Hesitou. Não, direita. É isso.
    Direita, direita, esquerda... Ou direita outra
    vez?O zelador atirou o papel e o lápis no chão
    como se estivessem pegando fogo. Saiu correndo,
    com todo o grupo atrás. Também estava apavorado.
    Aquilo era terrível. Ele nunca tinha se dado
    conta de como aquilo era terrível. Corredores
    davam para corredores que davam para corredores
    que davam numa parede. Era preciso voltar pelos
    mesmos corredores, mas como saber se eram os
    mesmos corredores? A saída! Onde fica a saída?A
    administração do labirinto teve que procurar um
    novo zelador, depois que o desaparecimento do
    outro completou um mês. Podia adivinhar o que
    tinha acontecido. O novo zelador não devia ter
    muita imaginação. Era preferível que nem soubesse
    ler e escrever. E em hipótese alguma devia falar
    com estranhos.

26
Garden-paths
  • João comprou a flor para Susana/John bought the
    flower for Susan
  • João viu o turista com o binóculo
  • João disse que o professor voltará ontem
  • João viu o cúmplice do ladrão que fugiu

27
HSPM
  • A velocidade do processamento
  • O mecanismo humano de processamento de frases ou
    parser aplica a gramática mental muito
    rapidamente
  • Audição Aproximadamente 300ms por palavra
    3 4 sílabas por segundo (1 segundo um
    chimpanzé" ),
  • mas duas vezes mais rápido é compreensível.
  • Leitura Silenciosa de 200 a 350 palavras por
    minuto
  • aproximadamente 170 - 300ms por palavra
  • A leitura dinâmica alcança de 2,000 10,000
    palavras por minuto!

28
Como o parser procede?
  • O parser atribui estrutura à cadeia de palavras
    incrementacionalmente (palavra a palavra, sem
    esperar pela informação completa).
  • A construção da estrutura é serial, algoritmica,
    determinística exeto quando encontra
    AMBIGÜIDADE, incluindo a AMBIGÜIDADE TEMPORÁRIA.
    Nesses casos, a gramática não determina a análise
    da cadeia de palvras.
  • O parser deve, então, adivinhar que análise o
    falante pretendeu. (Há poucas evidências para
    ação retardada ou paralela)
  • No caso de ambigüidade plena, um chute
    incorreto ? incompreensão. No caso de ambigüidade
    temporária ? um garden path (crash!)
  • Se o chuteestiver correto, não há problema.
    Se estiver errado, o parser precisará reanalisar
    a frase.

29
Ambigüidade plena e temporária
  • Ivo detesta Pedro e Maria e Luís não.
  • e
  • e
  • Ivo detesta Pedro e Maria não.

30
Ambigüidades Temporárias
  • Ian knows Thomas is a train
  • Ivo viu Pedro sair
  • onset área ambígua resolução
  • Analisemos a frase Ian knows Thomas is a train
    . (em português, uma estrutura equivalente
    seria João viu Pedro sair). Nesta frase o
    onset, início da ambigüidade qual é? É o verbo
    know, que permite tanto um complemento nominal
    quanto um complemento sentencial. a ambigüidade
    é resolvida pela presença do verbo be, que
    assinala um complemento sentencial. Aqui dá-se o
    garden path. A área entre o onset da ambigüidade
    e a sua resolução é a área ambigua da frase. Na
    frase é o SN Thomas.
  • É importante notar que estas áreas da frase são
    independentes das propriedades particulares do
    modelo de parsing que se assume. Estes são fatos
    que não decorrem do modelo. Independentemente de
    o parser fazer uso de informação sobre a grade
    de subcategorização do verbo, a frase é ambígua.

31
Imediaticidade da Análise
  • O Princípio da Imediaticidade (Just e Carpenter
    (1980/87) É um princípio de parsing global,
    descreve características gerais do processo e não
    estratégias específicas de construção.
    Basicamente, as mensagens lingüísticas consistem
    de cadeias de palavras, encontradas uma a uma.
    Uma vez pronunciadas estas palavras desaparecem.
    Vimos que sua retenção perceptual na memória
    sensorial é de quanto tempo? Cerca de 4 segundos.
    Como então conseguimos processar frases
    complexas, que requerem operações mentais
    diversas tão prontamente? A questão é tratada
    pelo Princípio da Imediaticidade da Análise,
    segundo o qual as palavras são estruturadas logo
    que encontradas.

32
  • Observe-se que há três alternativas lógicas a
    esse respeito
  • 1. O parser atrasa a computação até que o ponto
    de ambiguidade seja identificado e só então
    constrói a árvore correta
  • 2. O parser computa todas as análises distintas
    em paralelo
  • 3. O parser computa uma única análise sintática
    imediatamente e a mantém até que seja contradita,
    quando então deve retornar para reanalisar a
    frase.
  • A imediaticidade é justificada pelo garden-path e
    porque tem a vantagem de evitar a explosão
    computacional, ou seja, a memória de curto prazo
    teria dificuldades em manter diferentes
    alternativas sintáticas e semânticas ativas até
    que uma delas fosse a escolhida. Singer (p.70)
    exemplifica com a ambigüidade semântica de
    flower/flour , que deixaria 4 alternativas a
    serem mantidas até que o processo interpretativo
    pudesse resolver a ambigüidade. Seria uma carga
    pesada demais para a memória de curto prazo. Na
    verdade a própria existência de garden path
    indica qual a opção mais viável

33
Explosão computacional
  • John bought the flower for Susan.
  • John bought the flower for Susan
  • John bought the flour for Susan.
  • John bought the flour for Susan

34
Frazier Rayner, 1982
35
A teoria do Labirinto(Teoria do Garden Path)
  • Em resumo, as afirmações fundamentais da Teoria
    do Garden Path são
  • o parser usa uma porção do seu conhecimento
    gramatical isolado do conhecimento do mundo e de
    outras informações para a identificação inicial
    rápida e reflexa das relações sintagmáticas
    (encapsulamento informacional)
  • o parser confronta-se com sintagmas de aposição
    ambígua e compromete-se com uma estrutura única
    (comprometimento mínimo)
  • pressionado pela arquitetura do sistema de
    memória de curto prazo, que tem um limite
    estreito de processamento e armazenamento, o
    parser segue um princípio psicológico na escolha
    dessa estrutura use o menor número possível de
    nós (Aposição Mínima) e, se duas aposições
    mínimas existem, aponha cada nova palavra ao
    sintagma corrente (Aposição Local)

36
TGP
  • Para estabelecer relações de longa distância, o
    parser usa o conhecimento da estrutura para
  • identificar um elemento ativo na periferia
    esquerda e associá-lo à primeira lacuna
    disponível (Antecedente Ativo)
  • associar uma lacuna ao antecedente mais recente
    (Antecedente Mais Recente)
  • postular rapidamente análises com menos cadeias e
    cadeias com menos elos (Princípio da Cadeia
    Mínima)
  • o parser distingüe entre relações sintáticas
    primárias e secundárias, aplicando os princípios
    acima apenas para o processamento das relações
    primárias (Construal).

37
Aposição Mínima
  • O parser aplica uma série de princípios de
    decisão ou estratégias que favorecem árvores
    simples e compactas. Tais estratégias dizem
    respeito, fundamentalmente, à geometria da árvore
    sintática, embora a freqüência possa também
    contribuir.
  • Minimal Attachment Attach an incoming item
    into the sentence structure using as few nodes as
    possible.
  • (Frazier 1978)

38
Aposição Mínima
  • VP
  • / \
  • SN V
  • Mãe / \
  • suspeita SP
  • / \
  • de SN
  • \
  • N
  • / \
  • assassinato SP
  • /__\
  • do filho foge?

39
Aposição não-mínima
  • VP
  • / \
  • SN V
  • /____\ foge
  • Mãe suspeita
  • de assassinato do filho

40
Aposição Mínima(Frazier Rayner, 1982)
  • 1. We figured that Tom probably forgot the
    flashlight. (Aposição mínima)
  • Nós imaginamos que Tom provavelmente esqueceu a
    lanterna
  • 2. Tom probably forgot the flashlight had been
    stolen. (Aposição Não-Mínima)
  • Tom provavelmente esqueceu que a lanterna tinha
    sido roubada

41
Aposição Mínima
  • Nas frases (1) e (2), o princípio de parsing
    relevante, segundo Frazier Rayner (1982), é a
    Aposicão Mínima (Minimal Attachment, MA). Em (1)
    e (2), o SN the flashlight a lanterna apresenta
    ambigüidade estrutural temporária entre uma
    análise como objeto direto do verbo forgot
    esqueceu ou como sujeito de oração subordinada
    substantiva objetiva direta, pois esse verbo
    admite como complemento tanto um SN quanto uma
    oração. A predição do princípio da Aposição
    Mínima é a de que o parser deve apor o material
    que vai encontrando ao marcador frasal em
    construção, usando o menor número de nós
    sintáticos, de acordo com as regras de boa
    formação da língua (p. 180). Assim, tanto em (1)
    quanto em (2), a preferência mínima será por
    incorporar o SN the flashlight como objeto direto
    de forgot e não como sujeito de complemento
    oracional, pois a primeira análise requer a
    postulação de menos nós sintáticos. Essa decisão
    revela-se acertada em (1), mas não em (2),
    estrutura não-mínima, que leva o parser ao
    garden-path. Ao encontrar a forma verbal had been
    tinha sido, o parser notará que a decisão
    mínima não funcionou nesse caso e precisará
    reanalisar o SN the flashlight como sujeito da
    oração objetiva direta.

42
O Processamento de concatenações sintáticas em
três tipos de estruturas frasais ambíguas em
PortuguêsMarcus Maia,Shelen Alcântara, Simone
Buarque,Fernanda Faria (UFRJ)
  • Reportam-se neste artigo estudos de questionário
    e experimentos de leitura auto-monitorada sobre
    três tipos de concatenações sintáticas ambíguas
    em português orações iniciadas por QUE,
    ambíguas entre aposição como complemento ou como
    adjunto formas verbais ambíguas entre a flexão
    de presente do indicativo ou o particípio
    passado sintagmas preposicionais ambíguos entre
    aposição ao sintagma verbal ou ao sintagma
    nominal. Analisam-se essas duplas possibilidades
    de concatenações nos termos de Frazier Clifton
    (1996), respectivamente, como relações
    sintáticas primárias e secundárias, mapeando-as
    em termos da caracterização apresentada em
    Chomsky (2001). Os resultados permitem corroborar
    a atuação no processamento de frases em português
    do Princípio da Aposição Mínima (Fodor e Frazier,
    1978 Frazier, 1979) e apontam no sentido do
    encapsulamento do parsing sintático.

43
O Processamento de concatenações sintáticas em
três tipos de estruturas frasais ambíguas em
PortuguêsMarcus Maia,Shelen Alcântara, Simone
Buarque,Fernanda Faria
  • Os três estudos reportados a seguir investigam o
    comportamento do parser quando defrontado com
    dupla possibilidade de concatenação sintática.
    Embora testando três tipos de ambiguidades
    sintáticas distintas, os estudos têm como
    referência a Teoria do Garden Path e adotam os
    mesmos procedimentos experimentais. São
    conduzidos, em um primeiro momento, estudos
    offline, com base em questionários a serem
    completados por voluntários, sem medida de tempos
    em milésimos de segundos. Em um segundo momento,
    os três estudos reportam experimentos de leitura
    auto-monitorada, utilizando o programa Psyscope,
    a fim de medir tempos de leitura em milésimos de
    segundos.
  • O primeiro estudo analisa as preferências de
    aposição sintática no caso de orações
    subordinadas iniciadas por QUE, que têm como
    matriz uma oração nucleada por um verbo
    dicendi. A ambigüidade decorre da possibilidade
    de integrar a subordinada como substantiva
    objetiva direta ou como adjetiva, formando um SN
    complexo. Observe-se que, no caso da preferência
    pela aposição como substantiva, o processador
    será conduzido a um efeito labirinto
    (garden-path), pois não terá como integrar a
    oração subseqüente, precisando voltar e
    reanalisar a segunda oração como adjetiva
  • (1) A babá explicou para a criança / QUE estava
    sem sono / que a mamãe iria chegar à noite.

44
  • O segundo estudo investiga estruturas em que uma
    forma verbal ambígua entre presente do indicativo
    e particípio se segue a um SN, admitindo ser
    aposta a ele como um verbo principal ou como uma
    oração adjetiva reduzida, formando um SN
    complexo. Como se observa no exemplo em (2), a
    preferência pela aposição como verbo no presente
    do indicativo poderá levar o leitor ao efeito
    garden-path, pois ao encontrar a oração
    subseqüente não terá como integrá-la no primeiro
    passe, já que se comprometeu com a estrutura
    mínima. Deverá, então, reanalisar sintaticamente
    a estrutura, de forma não mínima, isto é,
    interpretando a forma verbal como particípio,
    formando um SN complexo
  • (2) A empresária /PAGA com antecedência de um
    mês/ exige exclusividade.
  • Finalmente, o terceiro estudo explora a
    compreensão de estruturas em que um sintagma
    preposicional pode apresentar ambigüidade de
    aposição sintática como um adjunto adverbial ou
    como um adjunto adnominal, formando um SN
    complexo
  • (3) O policial /viu o turista/com o binóculo.
  • Observe-se que o SP com o binóculo, no exemplo
    acima, pode ser tomado como o instrumento com o
    qual o policial viu o turista (estratégia de
    aposição do SP ao SV) ou como um modificador do
    SN o turista (estratégia do SN complexo, não
    mínima). Os três estudos têm em comum ainda o
    fato de haverem manipulado efeitos semânticos
    e/ou pragmáticos, tanto nos estudos de
    questionário, quanto nos experimentos de leitura
    auto-monitorada, com a finalidade de investigar a
    interferência de fatores não estritamente
    estruturais no processamento sintático.

45
O Processamento de concatenações sintáticas em
três tipos de estruturas frasais ambíguas em
PortuguêsMarcus Maia,Shelen Alcântara, Simone
Buarque,Fernanda Faria (UFRJ)
  • 1. Oração Substantiva x Oração Adjetiva.
  • O patrão disse ao funcionário que nunca
    chegava atrasado que lhe daria aumento.
  • 1.1. Estudo de questionário
  • Um questionário com frases para serem
    completadas foi aplicado em 40 alunos de
    graduação da UFRJ. O questionário continha 60
    frases (20 experimentais 40 distratoras), em
    duas versões P ( plausibilidade de aposição ao
    SN) and P (- plausibilidade de aposição ao SN).
  • Exemplos
  • P Havia várias crianças na creche. A babá
    explicou para a criança que.......
  • -P Havia só uma criança na creche. A babá
    explicou para a criança que.....
  • Resultados
  • Oração substantiva 275 dados 68,75
  • Oração adjetiva 125 dados 31,25
  • TOTAL 400 dados
    100
  • Tabela 1 Resultados do questionário P
  • Oração substantiva 353 dados 88,25
  • Oração adjetiva 23 dados 5,75
  • Ambíguas 20 dados 5,00
  • Bão preenchido 4 dados 1,00
  • TOTAL 400 dados 100

46
O Processamento de concatenações sintáticas em
três tipos de estruturas frasais ambíguas em
PortuguêsMarcus Maia,Shelen Alcântara, Simone
Buarque,Fernanda Faria
47
1.2. Estudo on-line
  • 24 alunos de graduação da UFRJ foram voluntários
    de um experimento de leitura auto-monitorada não
    cumulativa com 16 conjuntos experimentais 32
    distratores em um desenho between-subjects ,
    incluindo 4 condições
  • PL(Plausível longa) Havia duas crianças na
    sala. / A babá explicou para a criança / que
    estava sem sono / que a mamãe só iria chegar à
    noite.
  • -PL (-Plausível longa) Havia uma criança na
    sala. / A babá explicou para a criança / que
    estava sem sono / que a mamãe só iria chegar à
    noite.
  • PC (Plausível curta) Havia duas crianças na
    sala. / A babá explicou para a criança / que a
    mamãe só iria chegar à noite.
  • -PC (-Plausível curta) Havia uma criança na
    sala. / A babá explicou para a criança / que a
    mamãe só iria chegar à noite.

48
Tempos médios de leitura do segmento crítico
PC 1775
-PC 1759
PL 2329
-PL 2364
PC 1767
PL 2346.5
49
2. Concatenação de SN sujeito a verbo principal
ou a oração adjetiva reduzida
  • O tipo de estrutura examinado nesse estudo é
    equivalente ao famoso exemplo de Tom Bever The
    horse raced past the barn fell.
  • Usando técnica de monitoramento da fixação
    ocular (eye-tracking), Ferreira Clifton
    encontraram evidência contra o uso imediato da
    informação temática. Observem-se, a título de
    exemplo, um dos conjuntos de frases estudadas
    por eles
  • (1) The defendant examined by the lawyer was
    unreliable.
  • O réu examinou/examinado pelo advogado não
    era confiável
  • (2) The evidence examined by the lawyer was
    unreliable
  • A prova examinou/examinada pelo advogado não
    era confiável
  • Os autores encontraram o mesmo padrão de leitura
    para os dois tipos de frase, concluindo que os
    leitores sempre perseguem a análise em termos de
    oração principal, em conformidade com o
    Princípio da Aposição Mínima, sem levar em conta
    no processamento inicial a informação de natureza
    semântica.

50
2.1. Estudo de questionário
  • Em Português, um tipo equivalente de ambiguidade
    ocorre com formas tais como oculta, suspeita,
    paga, etc., nas quais a forma verbal é ambígua
    entre a 3a pessoa do singular no presente e o
    particípio. Foram preparados dois questionários,
    contendo cada um 16 frases experimentais e 32
    frases distratoras, que foram completados por 17
    voluntários, alunos de graduação da UFRJ. Um dos
    questionários utilizava SNs do tipo humano e
    o outro SNs do tipo -humano, como
    exemplificado em (1) e (2), a seguir
  • (1) A repórter oculta...
  • (2) A rocha oculta...

51
Resultados
52
Resultados específicos
53
2.2. Estudo on line
54
On-line
55
(No Transcript)
56
3. Concatenação de SP a SV ou a SN
  • A ambigüidade de aposição de SPs é uma das mais
    estudadas em inglês. Vários estudos aferiram
    tempos de leitura dessas estruturas, demonstrando
    que, em geral, leva-se mais tempo para ler SPs
    que demandam aposição ao SN do que SPs apostos ao
    SV. A conclusão tem sido a de que os leitores,
    guiados pelo princípio da aposição mínima, fazem
    uma aposição inicial do SP ao SV, sendo forçados,
    posteriormente a revisar esta análise, quando ela
    se revela inadequada. (cf. Altmann, 1986
    Ferreira Clifton, 1986 Frazier, 1978 Rayner,
    Carlson and Frazier, 1983, Sedivy
    Spivey-Knowlton, 1994)
  • The gang leader hit the lawyer with a whip.
  • The gang leader hit the lawyer with a wart.

57
Estudo de questionário
  • Foram preparados dois questionários contendo cada
    um 20 frases experimentais e 40 frases
    distratoras, a serem respondidas por 40
    voluntários, alunos de graduação da UFRJ. Em
    ambos os questionários havia uma frase inicial
    que pretendia funcionar como um contexto para a
    frase seguinte, onde ocorria a ambigüidade de
    aposição do SP. No primeiro grupo, havia um
    contexto que afirmava a existência de um único
    referente, enquanto que, no segundo grupo, o
    contexto introduzia mais de um referente
    possíveis, com vistas a favorecer a aposição
    baixa do SP, como exemplificado em (1) e (2), a
    seguir
  • (1) Contexto Plausível Havia um turista no
    parque.
  • O policial viu o turista com o binóculo.
  • (2) Contexto Plausível Havia dois turistas no
    parque.
  • O
    policial viu o turista com o binóculo.

58
Resultados
59
On-line
  • Projetou-se um experimento de leitura
    auto-monitorada, em que 24 sujeitos foram
    solicitados a ler, da forma mais natural e
    rapida possível, duas orações segmentadas,
    conforme indicado pelas barras oblíquas, nos
    exemplos abaixo. Cada sujeito foi exposto a 16
    frases experimentais, apresentadas randomicamente
    com 32 distratoras, totalizando 48 frases. As
    frases experimentais distribuíam-se em quatro
    condições, a saber, PB ( plausível baixa), PA
    (plausível alta), -PB (-plausível baixa) e PA
    (-plausível alta). As frases experimentais foram
    comparadas entre-sujeitos, evitando-se que um
    mesmo sujeito fosse exposto a mais de uma versão
    da mesma frase. Um conjunto experimental completo
    é exemplificado a seguir
  • .PB Havia dois turistas no parque./ O policial
    / viu o turista /com a ferida aberta.
  • PA Havia dois turistas no parque./ O policial
    / viu o turista /com o binóculo preto.
  • -PB Havia um turista no parque./ O policial /
    viu o turista /com a ferida aberta.
  • -PA Havia um turista no parque./ O policial /
    viu o turista/com o binóculo preto.

60
(No Transcript)
61
Conclusões
  • Os três estudos permitiram demonstrar a
    existência de efeitos garden-path em português,
    provocados pela atuação do Princípio da Aposição
    Mínima (Frazier e Fodor, 1978 Frazier, 1979),
    que orienta o parser a decidir pela computação
    menos complexa sintaticamente. Os três estudos
    apresentaram também uma simetria interessante no
    que diz respeito aos resultados dos questionários
    offline, comparativamente aos estudos de leitura
    auto-monitorada online. De modo geral, os estudos
    offline apresentaram maior sensibilidade a
    efeitos semânticos e pragmáticos, enquanto que os
    resultados dos estudos online parecem sugerir
    que estes fatores estariam menos disponíveis ao
    parser do que as informações estritamente
    estruturais.
  • Os dados experimentais sobre o português
    permitiram estabelecer que as relações do tipo
    primário são mais prontamente estabelecidas no
    parsing do que as relações secundárias que,
    inclusive, na análise de Chomsky (2001), requerem
    uma operação a mais do que as primeiras, a
    simplificação. Nesse sentido, o artigo pretendeu
    argumentar em favor da realidade psicológica dos
    princípios gramaticais, sugerindo que o
    desempenho do parser não é apenas determinado por
    fatores extra-lingüísticos, como os limites de
    memória de trabalho, mas que seu funcionamento é,
    fundamentalmente, decorrente dos princípios que
    norteiam a gramática.

62
Aposição Local
  • Aposicão Local (Late Closure, LC) Quando
    possível, aponha os itens lexicais que vão sendo
    encontrados à oração ou sintagma correntemente
    sendo processado, ou seja, o nó não terminal
    mais baixo possível dominando o último item
    analisado
  • Late Closure When possible, attach incoming
    lexical items into the clause or phrase currently
    being processed (i.e., the lowest possible
    nonterminal node dominating the last item
    analyzed).

63
Late Closure
Aposição não-local custo de processamento
  • Maria viu o presente para o menino na caixa.
  • Mary saw a gift for a boy

NP
PP
P
NP
para
o menino
64
Aposição Local
  • Frazier Rayner (1982) apresentam um experimento
    em que registraram os movimentos oculares de
    sujeitos na leitura de frases contendo
    ambigüidades estruturais temporárias, tais como
  • Since Jay always jogs a mile this seems like a
    short distance to him. (Late Closure ou Aposição
    Local)
  • Como Jay sempre corre uma milha isso parece
    perto para ele
  • Since Jay always jogs a mile really seems like a
    very short distance to him. (Early Closure ou
    Aposição Não-Local)
  • Como Jay sempre corre uma milha realmente
    parece muito perto para ele

65
  • No exemplo em (2), a estratégia LC é aplicada,
    atrasando-se o fechamento do sintagma verbal,
    cujo núcleo é um verbo que pode ser transitivo ou
    intransitivo, para incluir-se o sintagma nominal
    a mile uma milha como objeto direto. A operação
    do parser é bem sucedida e não há garden path
    (efeito labirinto). Já em (3), a aplicação da
    estratégia é mal sucedida e diz-se que o parser é
    garden-pathed, ou seja, perde-se no labirinto.
    Guiado pelo LC, optou por atrasar o fechamento do
    SV para incluir o SN como objeto do verbo, mas,
    ao tentar continuar o processamento da frase,
    dá-se conta de que se perdeu no labirinto.
    Precisa, então, rever a análise, pois a
    estrutura, nesse caso, requeria o EC, o
    fechamento imediato do SV, sem incluir aí o SN a
    mile, que deverá ser, agora, reanalisado como
    sujeito da próxima oração.

66
Late Closure em PB(Ribeiro, 2002)
  • Frazier (1978) obteve evidências preliminares
    para a estratégia Late Closure usando uma tarefa
    de apresentação visual em que as palavras de uma
    frase eram apresentadas não-cumulativamente a uma
    velocidade de 300-350ms por palavra. Os sujeitos
    indicavam ao final da apresentação se a frase era
    gramatical. Os tempos de decisão mais rápidos
    ocorriam quando as frases obedeciam a
    interpretação prevista pelo princípio de
    localidade (late closure) do que quando as frases
    eram resolvidas pela aposição não local (early
    closure).
  • Ilustram-se abaixo dois dos tipos de frases
    testadas por Frazier
  • (1) a. Mary kissed John and his brother when she
    left. ( 1065ms)
  • b. Mary kissed John and his brother
    started to laugh. (1667ms)
  • (2) a. Anne was watching you she laughed and
    nobody knew why (1037 ms)
  • b. Anne was watching you were laughing and
    nobody knew why (1598 ms)
  • Ribeiro (2002) aplicou um experimento de leitura
    auto-monitorada em que 48 alunos de graduação da
    UFRJ foram expostos a estruturas equivalentes em
    PB

67
(No Transcript)
68
Resultados
  • Os tempos de leitura do terceiro segmento
    (segmento crítico) foram registrados e os
    resultados indicaram que as estruturas de
    aposição local (LC) foram lidas mais rapidamente
    do que as estruturas não locais (EC). Os tempos
    de leitura dos controles semânticos não foram
    significativamente diferentes do que os tempos de
    leitura dos segmentos críticos nas estruturas
    locais.
  • Tipo 1
  • EC 1953 ms LC 1141 ms (p 0, 0003)
  • SC 1370 ms LC 1141 ms (p 0,2)
  • Tipo 2
  • EC 2227 ms LC 1444 ms (p 0, 003)
  • SC 1511 ms LC 1444 ms (p 0,7)

69
Teoria do Garden Path Dependências de longa
distância
  • 3 princípios foram postulados no âmbito da TGP
    para dar conta de dependências anafóricas
  • Antecedente Ativo (Active Filler)
  • Antecedente Mais Recente (Most Recent Filler)
  • Cadeia Mínima (Minimal Chain Principle)

70
Questões
  • Como o parser lida com frases em que
    constituintes a serem relacionados não ocorrem em
    suas posições canônicas, ou seja, frases com
    dependências de longa distância com vazios (gaps)
    e antecedentes (fillers)? Dois problemas para o
    parser (1) Uma cv não se manifesta no sinal
    acústico, devendo sua presença ser inferida
    indiretamente (2) O antecedente distante
    questiona a localidade da construção da
    representação estrutural.
  • Assim, as CVs têm sido um tópico central na
    pesquisa em processamento há 3 décadas. São
    reveladoras sobre a própria arquitetura do
    sistema de processamento

71
Vestígios de QU
  • Which booki is John reading __i?
  • Que livroi o João está lendo __i ?
  • Como computar a coindexação? O vestígio nem
    sempre está logo após o verbo ou no fim da frase
  • Which booki is John reading __i about__i ?

72
Active Filler
  • Que problemas estas construções de longa
    distância do tipo antecedente/categoria vazia
    levantam para o processador gramatical?
  • 1. Identificação do antecedente preenchedor da
    lacuna
  • Detecção do antecedente em COMP
  • 2. Identificação da Lacuna
  • Postulação da lacuna é imediata? Postergada?
    Info lexical é acessada?
  • 3. Coindexação do antecedente à lacuna
  • Ambigüidades podem ocorrer quando mais de um
    antecedente possível estão presentes.

73
Efeito da lacuna preenchida(Filled gap effect)
  • O processador aproveita a informação sobre o
    antecedente?
  • Crain Fodor (1985) mostraram que sim
  • Whoi did the child ask __i to sing the song?
  • Whoi did the child ask us to sing the song for
    __i?
  • (2) é mais difícil de processar do que (1),
    indicando um efeito surpresa. O parser
    identificou o antecedente em posição sem função
    gramatical e papel temático e procura uma lacuna
    para coindexá-lo, satisfazendo, assim, tão logo
    quanto possível os requisitos gramaticais.
    Entretanto, a primeira posição de postulação da
    lacuna está preenchida.

74
Active Filler
  • O processador usa regras de estrutura de frase
    para criar estruturas sintagmáticas ? ou
  • O processador usa núcleos de Sintagmas para criar
    a estrutura?
  • As lacunas, por exemplo, poderiam ser postuladas
    à base de regras de estrutura de frase ou à base
    de informação lexical particular. Por exemplo, a
    possibilidade de uma lacuna é entretida à base
    do SV ou precisa ser atrasada até o verbo nuclear
    ser identificado e seu status como transitivo ser
    determinado?
  • A lacuna é postulada como first resort.
  • Clifton Frazier. (1989). Comprehending
    Sentences with Long Distance Dependencies. In
    G. Carlson M. Tanenhaus (eds). Linguistic
    Structure in Language Processing.

75
Hipótese do Antecedente Ativo Active Filler
Hypothesis
  • Quando um antecedente é identificado em posição
    não-argumental (COMP), a possibilidade de
    postular uma lacuna para este antecedente é maior
    do que a de identificar um SN. Na p. 292, FC
    apresentam evidências para a HAA
  • Who did Fred tell Mary left the country
  • A interpretação favorita desta frase é
  • Who-i did Fred tell ___-i Mary left the country
  • E não
  • Who-i did Fred tell Mary ____-i left the country.

76
Most Recent FillerFrazier, Clifton Randall
(1983)
  • Antecedente Recente
  • This is the girl the teacher wanted __ to talk to
    __.
  • Antecedente Distante
  • This is the girl the teacher wanted __ to talk
  • As frases com antecedente distante foram mais
    difíceis de serem compreendidas do que as frases
    com antecedente recente

77
Minimal Chain PrincipleDe Vicenzi, M. (1996).
Syntactic Analysis in Sentence ComprehensionEffec
ts of Dependency Types and Grammatical Constraints
  • Neste trabalho, Vicenzi apresenta 3 experimentos
    sobre o parsing de questões-QU em Italiano, onde
    são manipuladas as seguintes variáveis
  • 1. tipo de Qu (Quem/Qual)
  • 2. Sítio de extração do Qu (oração principal,
    oração dependente com e sem complementizador)
  • O objetivo destas manipulações é o de verificar
    se o parser é sensível ao tipo de dependências
    processadas e se os efeitos de processamento
    podem ser explicados por um princípio único de
    processamento o Princípio da Cadeia Mínima (MCP
    - Minimal Chain Principle). Os resultados
    demonstram que o parser, seguindo o MCP, prefere
    estruturas com menos cadeias e com cadeias menos
    complexas.

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Princípio da Cadeia Mínima
  • A autora incia discutindo algumas das questões
    que podem ser levantadas no estudo de
    dependências do tipo QU
  • 1. Como o parser funciona? Há um uso imediato e
    automático da gramática?
  • 2. Caso afirmativo, que tipo de gramática melhor
    caracteriza a gramática mental?
  • 3. Que estratégias de parsing são usadas p/ levar
    do input perceptual à interpretação?
  • Uma abordagem experimental para estas questões
    consiste em investigar frases com ambiguidades
    estruturais, tais como sub/obj com Qu em
    Italiano
  • Chi ha chiamato Gianni?
  • Quem chamou o João?
  • Quem-ie-i chamou o João
  • Quem-i e-j chamou e-i o João-j
  • A razão para estudar frases contendo ambiguidades
    estruturais . Qual é? Não é tanto para saber como
    o parser resolve estas ambiguidades em si, embora
    a língua natural esteja cheia de ambiguidades,
    mas a lógica é Se o parser demonstra uma
    preferência sistemática por uma maneira de
    resolver as ambiguidades, então temos um insight
    sobre o sistema de compreensão.

79
Princípio da Cadeia Mínima
  • Evite postular membros da cadeia desnecessários,
    mas não atrase a postulação de membros
    necessários.

80
PCM
  • Por que o parser tem esta urgência de completar
    uma cadeia? A razão final para estruturar
    material em uma representação sintática é atingir
    a interpretação semântica de cada frase. Uma
    tarefa essencial para se chegar à interpretação
    semântica é emparelhar cada SN com uma posição
    argumental de um predicado. Assim, para
    interpretar uma frase temos de saber quem fez o
    que para quem. Uma cadeia liga todas as posições
    em uma oração pela qual e para a qual um SN se
    moveu, contendo informação sobre as posições que
    atribuem caso e papel temático que licenciam uma
    oração. Nos caso em que os SN se moveram, isto
    é, estão fora de sua posição argumental canônica,
    há uma pressão sobre o parser para que este
    construa a cadeia mais curta para os elementos QU
    a fim de ligá-lo logo a uma posição que possa
    receber caso, papel temático, logo que possível,
    a fim de que a interpretação semântica seja
    viabilizada.

81
PCM
  • A autora considera que na teoria GB, trabalhos
    de Cinque, 92 e Rizzi 90, entre outros,
    propuseram a existência de uma diferença
    sintática entre elementos QU, no que se refere a
    elementos QU não referenciais, como quem, o que e
    elementos QU referenciais como qual-N, sendo os
    primeiros regidos por cadeias de regência pelo
    antecedente e os segundos por relações de
    vinculação. A autora faz a hipótese de que
    apenas os QU não referenciais são regulados pelo
    MCP, sendo os referenciais D-linked, ligados
    discursivamente (Pesetsky,87). A idéia intuitiva
    de ligação discursiva (D-linked) é a de que um
    elemento se refere a um grupo de objetos
    existentes na representação discursiva, podendo
    receber uma interpretação diretamente através de
    suas propriedades de ligação discursiva, enquanto
    os tipos não referenciais (quem, o que) só podem
    ser enviados para o componente interpretativo se
    ligados a estrutura argumentativa de um verbo, na
    sintaxe.

82
PCM
  • Experimento 1 Testa o processamento de
    dependências QU em interrogativas simples com
    ambiguidade estrutural suj/obj em Italiano. Os
    participantes foram 40 alunos da U. de Roma. O
    experimento usou 24 questões QU que eram ambiguas
    entre a interpretação do QU como sujeito ou como
    objeto. O SN pós-verbal portava informação
    desambiguizadora à base de plausibilidade. A
    tarefa era a leitura auto-monitorada. Os sujeitos
    apertavam um botão que controlava o aparecimento
    de segmentos das frases na tela de um micro. Cada
    questão QU era seguida por uma pergunta sobre a
    compreensão, a que os sujeitos deviam responder
    apertando um botão sim ou um botão não. Havia
    portanto 3 medidas dependentes
  • 1. Tempo de leitura de cada segmento
  • 2. Tempo de resposta às perguntas de compreensão
  • 3. Índice de acertos nas perguntas de compreensão.

83
PCM
  • 1. QU n-ref (QUEM) com interpretação sujeito
  • Quem-i ___-i demitiu o metalúrgico sem dar
    aviso prévio?
  • 2. QU n-ref (QUEM) com interpretação objeto
  • Quem-i ___-j demitiu ___-i o proprietário-j sem
    dar aviso prévio?
  • 3. QU ref (QUAL) com interpretação sujeito
  • Qual engenheiro-i ___-i demitiu o metalúrgico
    sem dar aviso prévio?
  • 4. QU ref (QUAL) com interpretação objeto
  • Qual engenheiro-i ___-j demitiu___-i o
    proprietário-j sem dar aviso prévio?

84
PCM
  • Estas 24 frases (seis por condição) foram
    espalhadas entre 74 distratores com diferentes
    estruturas. Cada sujeito viu apenas uma versão de
    cada quádruplo, sendo exposto a todas as
    condições.
  • Quais eram as predições?
  • 1. QU em posição SUJEITO devem ser preferenciais
    aos QU em posição Objeto, pois nestas estruturas
    o SN pós-verbal (objeto) está gerado na base aí
    mesmo, sem precisar mover-se. Assim, o QU em
    posição objeto deveria ser desfavorecido pois é
    mais custoso em termos de cadeias, já que tem uma
    cadeia para o elemento QU e para o SN-pós verbal.
  • 2. Deve haver vantagem de processamento adicional
    para a extração do QU nref SUJ (QUEM), pois na
    extração do QU nref (QUEM) em posição objeto, o
    parser que seguira o MCP completando a cadeia
    imediatamente tem que reanalisá-la quando por
    razões de plausibilidade o SN pós-verbal é o
    Sujeito.
  • 3. No caso das interrogativas com QU ref. (QUAL),
    o parser não segue o MCP e sim a ligação
    discursiva. Assim, não postula uma cadeia
    imediatamente, esperando todos os argumentos do
    verbo serem recebidos para então coindexar o
    sintagma QU com a posição vazia adequada.
    Portanto quando por razões de plausibilidade o SN
    pós verbal é interpretado preferencialmente como
    agente, a única posição disponível para coindexar
    o QU é a de objeto. Se, por outro lado, a
    plausibilidade indicar que o SN pós-verbal é um
    objeto, então o QU é coindexado com o sujeito,
    não havendo qualquer reanálise para este tipo de
    QU ref.

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PCM
  • RESULTADOS
  • A preferência geral pela extração do QU-suj em
    rel ao QU-obj nas orações com QU nref (QUEM)
    tanto em termos dos tempos de leitura, quanto em
    termos de COMPREENSÃO é patente nos resultados
    estatisticamente robustos
  • QU n-ref (QUEM) SUJ 2,171ms 89 corretos
  • QU n-ref (QUEM) OBJ 2,569ms 81 corretos
  • QU ref (QUAL) SUJ 2, 577ms 90 corretos
  • QU ref (QUAL) OBJ 2,648ms 87 corretos
  • Constatou-se, igualmente, que nas frases com QU-
    ref(QUAL), tal assimetria não ocorre, como
    previsto. Apenas os tempos gerais de
    processamento são mais elevados em decorrência do
    SN extra que deveria ser processado aí.
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