Title: APN
1APNÉIA DA PREMATURIDADE
- Lauro Francisco Felix Júnior
- R3 em Neonatologia
- Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da
Asa Sul/SES/DF - www.paulomargotto.com.br
2INTRODUÇÃO
- Respiração é um processo complexo
- Envolve sistemas nervoso/ respiratório/ muscular
- Movimentos irregulares já são observados no feto
de 11 semanas - RN prematuro imaturidade de sistemas favorece
distúrbios como a respiração periódica e apnéia
3CONCEITOS
- Apnéia é a cessação de fluxo nas vias aéreas
superiores. - É considerada patológica, se, independente da
duração, for seguida de bradicardia e cianose - Após 20 segundos nas apnéias centrais e mais
precocemente nas obstrutivas.
4Respiração periódica
- Períodos de respiração com menos de 20 segundos
(10 a 15 seg.) - Seguidos de períodos de pausa com menos de 10
segundos (3 a 10 seg.) que se repetem pelo menos
3 vezes consecutivas. - Sem alterações hemodinâmicas (bradicardia/cianose)
- 50 destes RN terminam por apresentar apnéia.
5Apnéia da Prematuridade
- Conceito pausa respiratória com mais de 20
segundos. - Se menor que 20 segundos e acompanhada de
bradicardia e/ou cianose - Bradicardia definida como FClt 20 da FC basal ou
FClt80 a 100 bpm
6TIPOS DE APNÉIA
- CENTRAL Parada dos movimentos respiratórios e da
entrada de ar nas vias aéreas superiores ( 10 a
25 dos episódios) - OBSTRUTIVA Parada do fluxo em via aérea superior
com movimentos ativos ( 10 a 20 dos episódios) - MISTA alternância entre a obstrutiva e a
central e vice-versa( 70-maior queda da FC e Sat
O2)
7INCIDÊNCIA
- A incidência é inversamente proporcional à idade
gestacional (IG) - 84 dos recém pré-termos (RNPT) com peso menor
que 1000 g - 50 dos RNPT com peso entre 1000 g-1500g
- 25 dos RNPT com peso entre 1500 g-2500g
-
8- Henderson-Smart relata em seu estudo uma
incidência em relação à IG de - 78 entre 26 e 27 sem.
- 75 entre 28 e 29 sem.
- 54 entre 30 e 31 sem.
- 14 entre 32 e 33 sem.
- 7 entre 34 e 35 sem.
9-
- - RN a termo geralmente secundário
- - Prematuros raro no 1ºdia de vida/
geralmente do 2º ao 7º dia de vida - - Prematuros menores de 34 semanas tem maior
risco - - Melhora dos caso por volta de 37 semanas de
IGpc (idade gestacional pós-concepção), podendo
persistir até pós termo
10FISIOPATOLOGIA
- Controle do centro respiratório Imaturidade
- Menor número de sinapses
- Arborização dendrítica escassa
- Mielinização incompleta
- - Dificuldade despolarização dos neurônios /menor
velocidade de propagação dos impulsos - APNÉIA
11FISIOPATOLOGIA
- Manutenção das vias aéreas pérvias
-
- Músculos da laringe / caixa torácica
- Coordenação entre os músculos das V.A.S e da
caixa torácica - Na inspiração ação dos músculos que mantém a via
aérea aberta deve ser maior que a pressão
negativa gerada pelo ação do diafragma
12- Dificuldade de manter via aérea aberta
- - Laringe pequeno diâmetro
- - Faringe tubo muscular sem suporte rígido
- - Arcos costais com excesso de cartilagem
- - Musculatura intercostal com tônus ?
- - Diafragma com maior número de fibras
sensíveis à fadiga
13Controle químico da respiração
- Hipercapnia estímulo aos receptores centrais
(bulbo) - Receptores centrais sensíveis aos íons
H FR e do volume corrente (VC) - RN a termo gt sensibilidade ao CO2
- RNPT lt sensibilidade ( maiores concentrações do
gás para desencadear resposta)
14- Estudos mostram que RNPT incremento da
ventilação minuto para certo aumento na PaCO2 - Esse fato se inverte com o aumento da idade e da
IG - Menor sensibilidade do RNPT ao CO2 leva o
desencadeamento da APNÉIA
15INFLUÊNCIA DO SONO NO CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
- Influência do sono
- Sono REM inibe os músculos posturais ? 30
volume pulmonar ? PaO2 - RNPT dorme 80 do dia e o maior tempo em sono
REM - RNT dorme 50
- Adulto dorme 20
16Mediadores respiratórios
- - RNPT alteração entre os neuromoduladores
inibitórios e excitatórios - - Adenosina efeito depressor do centro
respiratório ( concentrações em situações de
hipoxia) -
-
17- - Dopamina atividade dos
quimioreceptores centrais e periféricos - - Endorfinas inibe o estímulo respiratório
- - Serotonina atividade excitatória e
atividade inspiratória do m. genioglosso levando
à apnéia tipo obstutriva -
18Monitorização diagnóstica
- Oxímetro de pulso avalia freqüência de pulso e
Sat O2 arterial ( conseqüentes à apnéia) - Monitor de FC através de ondas
eletrocardiográficas (ver bradicardia) - Monitor de apnéia movimentos respiratórios
detectados pela impedância transtorácica e
batimentos cardíacos
19Diagnóstico Diferencial
Infecção sepse, meningite, ECN
Distúrbios metabólicos hipoglicemia hipocalcemia
hiponatremia hiperamonemia e hipernatremia/
desidratação
Prematuridade
instabilidade térmica
RGE
Apnéia
Pós-anestésico RNPT com gt risco- história de
apnéia, DBP, anemia, doenças neurológicas
Oxigenação deficiente Hipoxemia, anemia, choque
Drogas maternos e fetais
20INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
- RNPT 2 ou mais episódios em 24hs investigar
- RNT 1º episódio investigar
- História clínica materna/fetal e neonatal
- Exame físico
- Posição do RN no momento da apnéia
21- Exames subsidiários
- - RX de tórax
- - Ecotransfontanelar
- - Glicemia
- - Hemograma e PCR- rastrear anemia e infecção
- - Líquor Cefalorraquidiano e hemocultura se
pertinentes
22APNÉIA X REFLUXO GASTROESOFÁGICO
- Muitos RN prematuros apresentam refluxo
gastroesofágico (RGE) freqüente e prolongado que
pode persistir até a alta. - O RGE é um fenômeno quase universal nestes RN,
não estando claro se deve ser considerado
patologia.
23APNÉIA X REFLUXO GASTROESOFÁGICO
- Barrington KJ, Tan K, Rich W estudo para
determinar a incidência do RGE durante a
avaliação de apnéia pré-alta em RNPT - Hipótese do estudo RN com freqüente apnéia
persistente até a alta maior freqüência de
episódios de refluxo durante a monitorização do
pH esofágico.
24APNÉIA X REFLUXO GASTROESOFÁGICO
- Metodologia 45 RN com peso médio de 1354g (
- 650) e IGPc de 37 sem Id (- 3,5) - A monitorização do pH esofágico (por 12h) foi
realizada e pelo menos em uma ocasião foi
demonstrado RGE (pHlt4,0) em todos os RN.
25- Resultados Não houve correlação significativa
entre - Freqüência de apnéia e freqüência de RGE (r
0,28 p NS) - Freqüência de apnéia e duração de RGE ( r 0,18
pNS). - Entre o numero de apnéias com queda de saturação
de O2 e freqüência de RGE (r 0,18-pNS) - Entre o numero de apnéias com bradicardia e
freqüência de RGE (r 0,06 pNS).
26APNÉIA X REFLUXO GASTROESOFÁGICO
- A partir dos resultados deste estudo e de outros,
é improvável que o REG contribua para a
freqüência total de apnéia do RNPT - A despeito da falta de evidência desta
associação, há uma epidemia de tratamento de
pré-termo com drogas não bem testadas - Há duvidas se esta droga tem qualquer atividade
pró-cinética do RNPT. O RGE é um fenômeno
universal do RN pré-termo.
27TRANSFUSÃO SANGUÍNEA EM RN COM APNÉIA DA
PREMATURIDADE
- Não está claro qual é o nível de Hb ou de Htc
abaixo do qual torna-se necessário uma transfusão
sangüínea - Sinais clínicos apnéia, bradicardia e/ou
hipoxemia (apnéia da prematuridade) - Efeitos da transfusão na freqüência dos episódios
de apnéia e/ou bradicardia são controversos na
literatura
28- Poets e cl. Eur J Pediatr 1997 156311-316
- 19 RNPT
- IG média ao nascimento de 25 semanas (22-30
semanas) - Peso médio ao nascer de 740 g (580-1280g)
- 5,5 semanas (1-13) de vida na época do estudo
29Conclusão do estudo
- Os autores não detectaram mudanças significativas
na freqüência de bradicardia e dessaturação,
antes e após a transfusão - A FC diminuiu de 163/mim(140-182/min) para
152/min (134-172/min) - A FR diminuiu de 58/min (34-98/min) para 55/min
- (36-82/min-plt 0,01)
30(No Transcript)
31TRATAMENTO
- Manter temperatura zona neutra( 36-36.5C)
- Alimentação por gavagem continua
- Oxigenioterapia
- Estímulo tátil
- Decúbito dorsal
- MONITORIZAR
32TRATAMENTO
- Metilxantinas
- - Diminuem incidência de apnéias
- - Uso até 34 sem. de IGPc / 7 dias após último
episódio - - Estímulo centro respiratório
- - contração do diafragma
33TRATAMENTO
- Aminofilina ataque 5 mg/kg
- manutenção 2,5 mg/kg
- Cafeína citrato ataque 20mg/kg
- manutenção 5
mg/kg - anidra ataque 10mg/kg
- manutenção 2,5
mg/kg -
34- Vantagens da cafeína
-
- - Mais estimulante centro respiratório
- - Efeitos colaterais menos intensos
- - Maior limiar entre nível terapêutico e
tóxico - - Mais fácil administração
-
-
35- Efeitos colaterais
- Taquicardia Convulsões
- Sonolência Hiperglicemia
- Irritabilidade Náuseas
- Hiperreflexia Vômitos
- Tremores Hematêmese
- Opistótono
36SUPORTE VENTILATÓRIOO2 INALATÓRIO
- Em casos de hipoxemia
- FiO2 mais evitar dessaturações
- Saturações em torno de 85-93
- Retirada lenta e gradual
37SUPORTE VENTILATÓRIOCPAP
- Mantém permeabilidade das VA
- Regulariza o ritmo respiratório
- Estabiliza caixa torácica
- Aumenta a capacidade residual funcional
38SUPORTE VENTILATÓRIOVentilação mandatória
intermitente - VMI
- Na falha ao uso do CPAP
- Pressão inspitatória suficiente para elevar tórax
em 0,5 cm - PEEP 4-5 cm H2O
- FR 10 a 30 ciclos/min PCO2 em 40 a 50 mmHg
- pH gt
7,25
39- VMI
- Retirada lenta e gradual
- RN em respiração espontânea com boa amplitude
- Parâmetros do ventilador baixos
- Após CPAP ou O2 inalatório
40ALTA HOSPITALAR
- Episódios de apnéia são inversamente
proporcionais à IG - Se RN com Ig de 24 sem, podem apresentar apnéia
com mais de 100 dias e IGpcgt 40 sem. - Alta - 7 a10 dias sem apnéia
- - Clinicamente bem
- - de peso
- -Temperatura corpórea estável
41PROGNÓSTICO
- APNÉIA X MORTE SÚBITA ?
- - Estudos mostram alterações no controle
respiratório em casos de morte súbita - - Relatos mostram 18 de morte súbita em
RNPT - - Outros estudos não há aumento de morte
súbita em casos de apnéia -
42-
- - Indica que prematuridade e não a apnéia seria
fator de risco para morte súbita. - - Episódios de apnéia HPV
-
Hidrocefalia -
Leucomalácia -
Maior necessidade de suporte O2 -
Alterações do DNPM 1º ano de vida
43- EM CASOS DE APNÉIA DA PREMATURIDADE
- SEGUIMENTO NEUROLÓGICO CUIDADOSO
- REABILITAÇÃO PRECOCE
44Consultem os artigos
- -Apnéia x refluxo gastroesofágico
- Autor(es) Barrington KJ et al. Resumido por
Paulo R. Margotto - -Cafeína e apnéia neonatal-estudo colaborativo
internacional - Autor(es) Barbara Schimidt (Canadá). Realizado
por Paulo R. Margotto
45- -Uso da cafeína na apnéia da prematuridade
- Autor(es) Schmidt B, et al. Apresentação
Eula Leisle Braz Lima, Fernanda Carvalho
Oliveira, Paulo R. Margotto - -Apnéia não é prolongada pelo refluxo
gastroesofageano em crianças prematuras - Autor(es) Di Fiore JM, et al. Apresentação
Juliana Queiroz
46- Controvérsias no manuseio do refluxo
gastroesofageano no pré-termo - Autor(es) Cleide Suguihara (EUA). Realizado
por Paulo R. Margotto
47- Limiar de Transfusão para RN Pré-TermoAté onde
devemos ir ? - Autor(es) Edward F. Bell. Apresentação
Mariana Regis Jansen, Mathias Palácio John,Paulo
R. Margotto
48- Estudo randomizado de protocolos liberais versus
restritos para a transfusão de hemácias em
recém-nascidos pré-termos - Autor(es) Bell EF, et al. Apresentação
Virgínia Lira
49- Estudo randomizado e controlado de transfusão
restritiva versus liberal nos recém-nascidos de
extremo baixo peso - Autor(es) Kirpalani H et al. Apresentação
Giselle Maria Araujo Felix, Paulo César Montalvão
de Albuquerque, Paulo R. Margotto
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