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Apresenta

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Nouvelle dition, avec des notes et commentaires, ... Carta de La France Antartique autrement Le Rio ... cerca de 1745, pelo Eng. Alpoim. Em fins do s culo ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: Apresenta


1
  • O RIO DE JANEIRO
  • Visto pelos artistas franceses (1551-1886)
  • Pintores, Litógrafos e Gravadores.

Mais uma homenagem ao ano da França no Brasil
que se festeja em 2009.
Dedicado aos apaixonados pela história do Rio de
Janeiro e aos estudantes das belas-artes.
Série Artistas Franceses no Rio de Janeiro
Parte I
Pesquisa de imagens, desenhos, formatação e
texto Cau Barata 11.05.2009.
2
Este estudo, da imagem carioca, vista pelo olhar
dos franceses, relaciona 116 artistas que
deixaram suas impressões da Cidade Maravilhosa
entre 1550 e 1889. Alguns deles não estiveram no
Rio de Janeiro, nem mesmo no Brasil, mas
retrataram a Cidade, tomados pela paixão da sua
beleza exuberante, através do contato com os
trabalhos feitos por seus conterrâneos, ou
olhando os flagrantes fotográficos de outros que
aqui estiveram. Há casos em que uma só pintura ou
fotografia gerou diversos trabalhos impressos
por litógrafos franceses, deixando, por vezes,
dúvidas sobre quem realmente viu o que desenhou,
ou sobre quem foi o autor da primeira imagem.
Journal Français du Brésil Présences
Françaises au Brésil. Edition Spéciale. Rio de
Janeiro, 14 Juillet 1957
(Exemplar da Coleção Cau Barata)
3
Inicialmente, pensei em apresentar estes
artistas, em ordem alfabética, pelos seus
prenomes no entanto, ao analisar seus trabalhos,
achei que seria mais interessante, para que se
entenda, iconograficamente, a evolução histórica
e arquitetônica da Cidade do Rio de Janeiro,
apresentar seus trabalhos em ordem cronológica.
Cabe registrar que descartei, neste trabalho, os
cartógrafos, salvo aqueles cujos trabalhos foram
apresentados em perspectivas, ou com a
representação do casario do centro urbano. Estes,
na sua maior parte, elaboraram seus trabalhos do
século XVI ao XVIII. Foi dada a preferência para
as imagens de vistas, paisagens e tipos da
Cidade, descartando-se, também, as fotografias,
que ficam para uma outra ocasião.
Journal Français du Brésil Présences
Françaises au Brésil. Edition Spéciale. Rio de
Janeiro, Noel 1958. (Coleção Cau Barata).
4
Atribuída à
Jean Cousin
1551
Raríssimo opúsculo, impresso em 1551, no qual há
um capítulo referente ao Brasil, acompanhado de
uma bela ilustração. Tem o seguinte título CEST
LA DEDUction du sumptueux ordre plaisantz
speCTACLES ET MAGNIFIQUES THEATRES DRESSES, ET
EXHIBES PAR LES CITOIens de Rouen ville
Metropolitaine du pays de Normandie, A la sacree
Majesté du Treschristian Roy de France, Henry
second leur souverain Seigneur.
Jean Cousin nasceu na França, em 1522, e faleceu
em 1594.
Esta gravura, representando índios em festa na
França, é uma prova insofismável do conhecimento
que os franceses tinham de nosso país, nesta
época remota, graças à frequência e facilidade
que achavam em percorrer a costa, fazendo escambo
com os índios. Vem aqui reproduzida já que os
tupinambás viviam na baía da Guanabara.
(Gilberto Ferrez Iconografia do Rio de Janeiro,
1530-1890).
Esta é a primeira peça iconográfica brasileira,
feita com conhecimento de causa, e na qual
aparecem nativos. A gravura fixa usos e costumes
dos índios tabajaras e tupinambás. Aparecem
combatendo, dançando, caçando, dormindo, cortando
e transportando os brasis para os navios
franceses vemos suas armas, casas, trajes, etc.
Esta célebre festa, na qual havia 50 índios de
mistura com marinheiros franceses fantasiados de
índios, com todos os apetrechos de guerra e de
festa, araras, macacos e frutos, deu-se nas
margens do rio Sena, em Rouen, em honra do rei
de França, Henrique II, e sua mulher Catarina de
Médicis, que estiveram presentes em 1.º de
outubro de 1550. Quem primeiro chamou a atenção
dos historiadores sobre esta raridade foi
Ferdinand Denis, em Une Fête Brésilienne célebrée
a Rouen en 1550, Paris, 1850, onde a gravura foi
reproduzida tal qual o original, em litografia
executada pela oficina de M. Lemercier.
(Gilberto Ferrez Iconografia do Rio de Janeiro,
1530-1890).
Combate - Detalhe da xilogravura (17,5 x 26,3
cm), que encontra-se no referido opúsculo do qual
só existem, talvez, meia dúzia de exemplares, um
dos quais está no Brasil. Traz por título Figure
des Brisilians.
5
André

Thevet
1556-1557
LISLE DE MARGAIAS - ILHA DO GOVERNADOR. Ainda
entre os trabalhos cartográficos de Thevet,
consta a hoje Ilha do Governador, que aparece em
sua Carta Riviere de Ganabara ou de Janvier, com
o nome Lisle des Margaias (Ilha dos Maracajás).
Até 1554, antes da chegada dos franceses ao Rio
de Janeiro, a Ilha do Governador era habitada
pelos índios Temiminós, também chamados de
Maracajás (gato bravo), razão pela qual os
portugueses deram à Ilha de Paranapuã,
denominação indígena da Ilha do Governador, os
nomes de Ilha do Gato e Ilha dos Maracajás
Alvaro Teixeira Filho Roteiro Cartográfico,
36.
André Thevet, nasceu na França, em 1502, e
faleceu em 1592. Frade franciscano e cosmógrafo,
que esteve no Rio de Janeiro, em 1556, na
expedição de Villegaignon. Tornou-se um dos
principais cronistas da França Antártica.
Publicou em Paris, França, em 1557, seu livro Les
Singularités de la France Antarticque. Nele
constam várias xilogravuras valiosas e curiosas
por sua força descritiva, assim como por serem os
primeiros desenhos dos hábitos e costumes dos
primeiros habitantes da baía do Rio de
Janeiro. (Gilberto Ferrez)
O abacaxi
A mandioca
Mulheres preparando o cauim Edição de 1558 folha
45v.
Ilha do Governador
A preguiça Edição
de 1558 folha 99v.
Colhendo cajus e expremendo-os Edição de 1558
folha 117v.
Típica embarcação francesa que cruzava os mares
em meados do século XVI, em direção ao Brasil.
Imagem de Caravela (Colosses de Rhodes), segundo
consta da obra de André Thevet Cosmographie de
Levant, de 1554.
Paul Gaffarel, ao anotar a edição de Paris, de
1878, concluiu que os desenhos da segunda edição
de André Thevet, em 1558, foram de Jean Cousin
(com quem iniciei este estudo), dirigido por
Thevet, e que os da terceira edição, de Anvers,
também de 1558, seriam uma cópia do gravador
Assuerus van Londerzeel. Thevet, no seu Grand
Insulaire, afirma que os desenhos foram feitos
por ele, assim como na Cosmographia Universalle,
impressa em 1575.
O fumo.
O corte do pau brasil.
Les singularitez de la France Antarctique,
autrement nommée Amerique, et plusieurs terres
et isles decouvertes de nostre temps / par F.
Andre Thevet ...
Ilha de Villegaignon
Ruse de Quoniambech O grande chefe Cunhambebe.
Poutraiet du Roy Quoniambec Retrato do célebre
chefe da tribo Cunhambebe.
Paris, Chez les heritieres de Maurice de la
Porte, 1557, in-4.º (O sucesso da edição de 1557
obrigou a impressão imediata de outras duas em
1558.)
Gravura anônima, baseada em desenho de Thevet, de
1556. 146 x 182mm. Manuscrito da Biblioteca
Nacional de Paris. Preciosa gravura mostrando
com todos os detalhes, a ilha de Villegaignon,
suas fortificações e habitações. Nos dois
montículos então existentes, havia uma casa no
topo de cada um e uma bateria de canhões no da
esquerda. No trecho plano, vemos na parte central
da ilha fortificações e, mais para dentro, a
grande casa com outras pequenas, assim como
tendas e soldados de guarda. Na extremidade
esquerda, um grupo de palmeiras. (Gilberto Ferrez
Iconografia do Rio de Janeiro, 1530-1890)
Segunda edição. A Paris, Chez les heritieres de
Maurice de la Porte, au Clos Bruneau, à
lenseigne S. Claude,1558.
Terceira edição. A Anvers Belgica De
limprimerie de Christophle Plantin a la Licorne
dor, 1558. in-8.º, 163. 1f. il. 15cm.
(8vo). Foi ricamente ilustrada com 38 gravuras.
Original Biblioteca Nacional de Paris. Marca do
tipógrafo Christophle Plantin na página de rosto.
Capitais ornamentadas.
Nouvelle édition, avec des notes et commentaires,
par Paul Gaffarel. Paris, Maisonneuve et C.ie,
1878, petit in-8.º, LXII et 459 pages, avec
figuressur bois. Reimpressão da edição de Paris,
1558. (Exemplar da coleção Cau Barata)
Ex-Libris comemorativo do Centenário da França
Antártica, 1555 12 de novembro 1955. No
centro, estampado a folha de rosto da segunda
edição da obra de André Thevet, Paris,
1558. (Exemplar da coleção Cau Barata)
Retrato de André Thevet gravado no folio 11, de
seu trabalho Des vrais pourtaits et vies dês
hommes ilustres, Paris, 1584. Thevet esteve, no
Rio de Janeiro, entre 10 de novembro de 1555 e 31
de janeiro de 1556.
Mulheres preparando o cauim Edição de 1557
folha 46v.
A preguiça Edição
de 1557 folha 99v.
Colhendo cajus e expremendo-os Edição de 1557
folha 120v.
6
1557 (1578)
Jean de

Lery
Jean de Lery, calvinista francês, nasceu em 1534,
em La Margellee, e faleceu em 1611, em Berna.
Foi mais um dos participantes da expedição de
Villegaignon, no Rio de Janeiro, em 1556.
Embarcou no navio La Grande Roberge, que
largou velas a 19.11.1556. Chegaram ao Rio de
Janeiro, no domingo, 07.03.1557. Deixou o Rio de
Janeiro, aos 04.01.1558, a bordo do navio
Jacques. Sua experiência em terras cariocas deu
origem ao livro Viagem à Terra do Brasil,
impresso em 1578, com o título original HISTOIRE
D'VN VOYAGE FAIT EN LA TERRE DV BRESIL, AVTREment
dite Amerique. Contenant la nauigation, choses
remarquables, veues sur mer par l' aucteur ... .
A La Rochelle par Antoine Chappin, 1578. Foi
Livro de grande repercussão na Europa, onde teve
numerosas edições a partir desta de 1578, 19
européias e depois 5 brasileiras, até 1988.
Nesta obra de Jean de Lery ocorrem várias
xilogravuras sobre os usos e costumes dos índios
que habitavam a baía do Rio de Janeiro. As
edições, dadas por Lery enquanto vivo, foram
todas de Genebra 1578, 1580, 1585, 1594, 1599 e
1611, apesar de na primeira edição estar dito que
foi impressa em La Rochelle (Reverdin, Olivier,
Quatorze Calvinistes chez les Topinambous,
Genebra, 1957, nota na página 11). Na folha de
rosto lê-se Avec les figures, revue, corrigee
bien augmentee par lAuteur. O número de
ilustrações na primeira edição é menor que nas
subsequentes. (Gilberto Ferrez Iconografia do
Rio de Janeiro, 1530-1890).
Folha de rosto da primeira edição 1578.
Portrait du combat entre les Tououpinambaoults
Margajas Sauvages Brésiliens No primeiro plano,
combate feroz entre tupinambás e maracajás, ao
longe, tabas, redes, moquém, índios em descanso
e, mais distante ainda, montanhas do Rio de
Janeiro. Xilogravura de 16,0 x 22,0 cm, que
consta da obra de Jean de Lery Histoire dun
voyage fait en la terre du Brésil, pág. 204,
edição de 1578.
Chorando a morte de um dos seus.
Chorando a morte de um dos seus.
Índios dançando
Família Brasileira
1557/1558 CARTA FICTÍCIA. Carta de La France
Antartique autrement Le Rio Ianeiro, 9,0 x 13,0
cm, Tirée des Voyages que Villegaignon et Jean de
Léri ont faits au Brésil Les Années 1557 et 1558,
original da Biblioteca Nacional de Paris. Se
julga ser de autoria de Jean de Lery. Parece ter
sido realmente desenhada no Século XVI para
ilustrar a obra de Lery, Histoire dun voyage
faite en la terre du Brésil. Não teve o seu autor
a preocupação de assinalar os acidentes
geográficos, mas de apresentar, exclusivamente,
os núcleos de população indígena em ambas as
margens da baía de Guanabara e da Ilha do
Governador, situando os pontos de ocupação
francesa no Rio de Janeiro Alvaro Teixeira Filho
Roteiro Cartográfico, 44. Reproduzido em
Arthur Heulhard, Villegaignon roi dAmerique,
Paris, 1897, p.111
Xilogravura de 13,7 x 8,0 cm, que consta da obra
de Jean de Lery, Histoire dun voyage fait en la
terre du Brésil, pág. 246, edição de 1578 (Sobe
este livro ver a data 1578).
Um casal de índios com um filho diante de uma
rede. No primeiro plano, vemos um abacaxi e outro
fruto não identificado. O índio traz nas mãos o
arco e flechas. Xilogravura de 13,7 x 8,0 cm, que
consta da obra de Jean de Lery.
Xilogravura de 13,7 x 8,0 cm, que consta da obra
de Jean de Lery, Histoire dun voyage fait en la
terre du Brésil, pág. 284, edição de 1578.
Xilogravura de 13,7 x 8,0 cm, que consta da obra
de Jean de Lery, Histoire dun voyage fait en la
terre du Brésil, pág. 301, edição de 1578.
7
1579
Jacques de Vau de Claye
Le vrai pourttraict de Gèneure et du Cap de
Frie Belíssima vista do Rio de Janeiro, apenas 12
anos após a fundação da Cidade (1567). Mapa
desenhado pelo cartógrafo normando Jacques de Vau
de Claye, considerado obra prima de espionagem do
govêrno francês. O nome "de Gèneure" que aparece
no título é uma corruptela de "de Janeiro".
Original uma folha de pergaminho manuscrito,
com as dimensões de 310 por 670 mms, que se
encontra na Biblioteca Nacional da França -
Paris.
BOTAFOGO, GLÓRIA RIO CARIOCA
LAGOA DO BOQUEIRÃO PASSEIO PÚBLICO
MORRO DO CASTELO
POT DE SUCRE
Na enseada de Botafogo, nota-se um engenho de
açúcar e, um pouco acima, duas casas próximas à
legenda Riviére deau douce sapele carioca (rio de
água doce chamado carioca) Rio Carioca, que
nasce no alto do Cosme Velho, e desagua, um dos
seus braços, na hoje praia do Flamengo, na
direção da rua Barão do Flamengo. Na Glória,
vê-se a briqueterie, olaria construída pelos
franceses, em 1566, e a legenda - Ice ce pren la
thuile (aqui se fazem as telhas). O nome
Botafogo, ainda não era dado ao bairro e à
enseada que, inicialmente, denominou-se Francisco
Velho, proprietário de uma sesmaria no local
(1568) e, depois, por abandono deste, foi
repassada para João Pereira de Souza Botafogo,
cujo nome perpetuou-se.
Em 1579, na Carta do Rio de Janeiro de Jacques de
Vau de Clayne, figura uma enseada, na área
compreendida pela antiga Lagoa do Boqueirão e a
zona alagadiça a oeste do Morro do Castelo, onde
surgiria, mais tarde, a Praça Paris, o Passeio
Público e parte da Lapa. Ainda sobre o local, a
legenda lelipupó les auges et brigadins,
esclarece que o lugar, bebedouro de animais, era
mal freqüentado. Alvaro Teixeira Filho. A lagoa
do Boqueirão foi aterrada no século XVIII, com
terra tirada do extinto Morro das Mangueiras. Foi
aterrada com a função de se construir, em seu
lugar, um Jardim (Passeio Público), obra original
do Mestre Velentim, que recebeu novas adaptações,
em meados do século XIX, por parte do paisagista
francês Auguste Glaziou.
No morro em que se formava a Cidade (Morro do
Castelo), cercado e fortificado, nota-se, entre o
casario, a primeira Igreja de São Sebastião
(1567), a de maior dimensão no alto, com um
cruzeiro no lugar da torre. Vindo do alto da
Cidade, vê-se a primitiva Ladeira da Misericórdia
- nome que ainda não existia em 1579 - uma das
três que conduzia ao alto, e que desce em direção
à beira-mar, onde se vê o antigo Forte de São
Tiago, mais tarde Calabouço, depois Casa do Trem
(século XVIII), e hoje Museu Histórico (desde
1922). Representado com suas ameias, muro alto,
casa e dois canhões, esclarece a legenda que se
trata da fortaleza que guarda a entrada da baía
- le fort de la riviére.
Consta da Carta do Rio de Janeiro de Jacques de
Vau de Clayne (citada acima), o Pão de Açucar,
com o nome de Pot de Sugre (açucareiro). A orla
marítima da Zona Sul está bem representada,
notando-se, na entrada da barra, o Pão-de-Açúcar,
e a legenda Pot au beurre (mantegueira), nome que
os franceses deram ao conhecido morro carioca.
Curiosamente, Vaulx de Claye esclarece que o
Pão-de-Açúcar tem o nome de Pot de sucre
(açucareiro) e se vê de Cabo Frio, conforme
legenda à esquerda do morro - Cette montagne
sapele Pot de sucre et ce beoit du Cap de Frie.
(Alvaro Teixeira Filho, Roteiro Cartográfico). Na
frente do Pão de Açúcar, vê-se o Morro Cara de
Cão e, no alto, uma guarita (Forte de São João),
indicando o ponto avançado de vigia e guarda da
cidade.
É uma das primeiras representações gráficas, não
só de todo o contôrno da baía de Guanabara, como
também das terras adjacentes até Cabo Frio,
contendo indicações importantes quanto ao
desenvolvimento, nos primeiros anos, da cidade e
das primeiras indústrias em terras cariocas
engenhos de açúcar e olarias. (Gilberto Ferrez)
8
1602 (c)
Rio de Janeira original manuscrito da
Bibliothèque Nationale, Paris, França. É uma
imagem, em cores, idêntica à do desenho que
ilustra o livro de Olivier van Noort. A cidade do
Rio de Janeiro é mostrada sobre o Morro do
Castelo e suas edificações aparecem divididas em
duas partes, sobre dois morros. Poderia ser uma
vista do Forte de São João, junto ao Castelo.
(Nestor Goulart Reis, Imagens de Vilas e Cidades
do Brasil Colonial).
9
1695
François Froger
St. Sebastian O título está em uma flâmula, no
centro superior da gravura, e, logo abaixo, Ville
Episcopale du Brésil. Não se conhece o nome do
gravador. Ocorre na obra de François Froger,
Relation dum Voyage Fait em 1695, 1696 1697
aux Côtes dAfrique, Détroit de Magellan,
Brezil, Cayenne... Paris, 1698, e nas edições de
Paris 1699 e 1700.
Morro do Castelo
Morro de São Bento
Parte central da Cidade entre-morros (Castelo e
São Bento)
No canto esquerdo, no alto, a Igreja de São
Sebastião (letra F La Cathedrale), edificada a
partir de 1567. Foi concluída no ano de 1583,
como perpetuou o epitáfio gravado sobre a
sepultura de Estácio de Sá Aqui jaz Estácio de
Sá, capitão e conquistador desta terra e cidade.
E a campa mandou fazer Salvador Corrêa de Sá, seu
primo, segndo capitão e governador com suas
armas. E esta capella acabou no anno de 1583. O
grande edifício, no centro da imagem, no alto
(letra D Les Jesuites), é o Colégio dos
Jesuítas e a Igreja de Santo Inácio de Loyola. Na
base do morro, à beira mar, o Forte de São Tiago
(letra H Fort qui comande larade) hoje Museu
Histórico.
No centro e no alto, a Igreja e o Mosteiro de São
Bento (letra B Les Benedictins). Em 1589,
chegam ao Rio de Janeiro os frades beneditinos,
que receberam, no ano seguinte, de doação, as
terras de Manuel de Brito, para nelas se
instalarem. Os beneditinos iniciaram a construção
do seu Mosteiro e, no ano de 1633, na abadia de
frei Miguel do Desterro, iniciaram a obra de
construção de sua grande igreja, que ficou
concluída em 1641 ou 1642. Dez anos depois, unido
à igreja, erguia-se o convento, situado sobre o
morro de São Bento, com acesso pela escadaria que
começa no fim da rua Primeiro de Março (antiga
Rua Direita), um dos mais antigos logradouros da
Cidade.
A parte principal da Cidade e seu porto,
localizados na atual Praça XV de Novembro. À
esquerda, destaca-se a torre da Igreja de São
José, cuja construção, por tradição, é atribuída
a um tal Egas Moniz, no ano de 1608, em terreno
cedido pelo Governador Luís de Almeida. Bem ao
centro (Letra C Les Carmes), a torre da Igreja
da Ordem do Carmo, anexa ao Convento, que ainda
existe. A Câmara deu aos Carmelitas, em 1611,
todo o terreno anexo à antiga Igreja do Ó, para
erguerem o convento. À direita, no alto do morro
da Conceição (Letra E Les Capucins), a ermida
onde estiveram alojados, entre 1659 e 1701, os
Capuchinhos franceses. Logo abaixo, na base desse
monte, na rua Direita, hoje rua Primeiro de
Março, a Casa do Governador (Letra A La maison
du Gouverneur), mais tarde Casa dos Contos e
atual Banco do Brasil.
Esta é a primeira vista panorâmica da cidade
tomada do ancoradouro, ao findar do século XVII.
Os principais edifícios estão indicados por
letras cujas legendas estão nos cantos, ao alto.
No primeiro plano, no mar, lê-se Rivieri de
Ianeyro e no canto. O panorama abrange o
litoral, desde a praia de Santa Luzia e morro do
Castelo até o de São Bento tudo bem desenhado e
corretamente executado, sendo fácil identificar
as igrejas e prédios indicados. Obviamente foi
gravada de desenho executado in-loco, como aliás,
se diz na olha de rosto... Dessinés sur le lieux,
pelo engenheiro Froger, que reafirma no prefácio
que fay dessinées sur le lieux. (Gilberto
Ferrez, Iconografia, Tomo I, p. 44)
10
1713
João Massé
Jean Massé, também conhecido como João Massé,
engenheiro militar, de origem francesa, a serviço
de Portugal. Como Capitão Engenheiro, serviu no
exército aliado que marchou, de Portugal sobre
Madri, em defesa dos direitos e povoações de
Carlos III. Em 1712, passou ao Brasil,
retornando, mais tarde, a Portugal. Por Ato de
17.07.1712, foi incumbido de examinar e reparar
as fortificações do Rio de Janeiro, executando as
obras necessárias para conservação, daí a origem
desta Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro.
Morro de São Bento, com sua Igreja e Mosteiro
(Letra M), sobre as quais já falamos no quadro
referente ao ano de 1695. Próximo ao mar, na aba
do morro, encontra-se o Armazém da Junta (Letra
N), posteriormente ocupado pela Marinha
Brasileira. Defronte ao morro, com acesso por
ponte, está a Ilha das Cobras, que pertenceu a
Pero Rodrigues, a quem foi dada por Estácio de
Sá, em 1565, quando era denominada Ilha da
Madeira.
Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro, com suas Forttificações.
Morro de São Bento
Jean Massé
Centro da Cidade
O centro da Cidade, entre os Morros do Castelo e
São Bento. A primeira grande rua, paralela e
próxima ao mar, representa a atual rua Primeiro
de Março (antiga rua Direita). As letras H (casa
da moeda) e G (armazém del rei), representam a
futura Casa dos Governadores, hoje, o Paço
Imperial, na Praça XV de Novembro. Na letra I, no
fundo do largo, com frente para a rua Direita,
está o Convento do Carmo (letra I). Ainda com
frente para a rua Direita (letra L), as Casas do
Governador e Alfândega (Casa dos Contos). No
fundo, o eixo principal que corta a Cidade,
paralelo à praia, representa a antiga rua da
Vala, atual rua Uruguaiana.
Morro do Castelo
Morro da Conceição
Morro do Castelo e arredores no alto, à direita,
o Forte do Castelo (Letra A Forte de S.
Sebastião com suas obras feitas de novo, e
dessinadas) erguido em 1567 à esquerda, um
baluarte (letra B) em frente ao Forte, fica o
Colégio dos Jesuítas (letra C), de onde sai uma
ladeira (da Misericórdia), atingindo, na parte
baixa, a Santa Casa (Letra D). Na ponta que
avança ao mar, o Forte de Santiago (letra X),
hoje Museu Histórico.
Morro Da Conceição quase ao centro, a Fortaleza
da Conceição (letra Q) ao seu lado, o Palácio da
Conceição (letra R), ambos ainda existem. À beira
mar, à direita, um trapiche (letra P trapixe
dos Terceiros) e, na parte baixa, também à beira
mar, uma bateria (letra O bateria da Prainha),
na atual Praça Mauá. O nome do morro deve-se à
pequena ermida da Conceição, edificada em 1634,
posteriormente incorporada ao Palácio
Arquiepiscopal da Conceição (Palácio do Bispo).
Bico de pena a nanquim, aquarelado, 57,5 x 87,0m,
original sem assinatura (João Massé).
11
1717 (c)
Anônimo Francês
Gilberto Ferrez considera que esse desenho teria
sido feito depois de 1716, porque já indica a
presença de algumas fortalezas, cujas obras
haviam sido concluídas até aquele ano. Ao mesmo
tempo, observa que há vários enganos nos nomes
dos fortes, revelando pouco conhecimento do
local. As edificações da cidade são representadas
de modo simbólico, como é o caso da igreja de São
Bento, sem suas torres e sem o mosteiro ao lado.
O mesmo se pode dizer do Colégio dos Jesuítas. O
desenho traz uma legenda extensa, mas com alguns
equívocos referidos. (Nestor Goulart Reis
Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial).
No Morro do Castelo estão as Igrejas de Santo
Inácio, dos Jesuítas (n.25), e de São Sebastião
(n.27), e as ameias do Forte de São Sebastião
(n.22). Na base do morro, o Forte São Tiago
(n.21), hoje Museu Histórico. No centro, o largo
do Carmo, hoje Praça XV (n.24) e, na outra ponta
da cidade, o Morro de São Bento, com sua igreja
(n.26). Os dois morros mais distantes
representam o de Santo Antonio (n.28) e o da
Conceição (n.29), que marcam o limite da cidade,
ligados que foram por um muro fortificado (não
terminado), representando hoje as ruas Uruguaiana
e Acre.
Plan du Rio Janeiro original manuscrito da
Bibliothèque Nationale, Paris.
12
1731
Anônimo Francês
Plan de Rio janairio original manuscrito da
Bibliothèque Nationale, Paris.
Em 1731, esteve no Rio de Janeiro o navio
francês La Sirenne. Pelo que indica a legenda,
esse desenho teria sido feito a bordo, procurando
destacar o sistema de fortificações e os
principais edifícios. Segundo Ferrez, o contorno
na Guanabara, muito esquemático, seria uma cópia
de um dos desenhos dos Teixeiras, do século
XVII. A qualidade dos desenhos dos edifícios é
bem melhor que a da imagem anterior (de 1717),
mas a semelhança com as obras a que se referem é,
também nesse caso, muito pequena. (Nestor
Goulart Reis Imagens de Vilas e Cidades do
Brasil Colonial).
A cidade avança à beira mar, entalada entre os
dois principais morros, o do Castelo, à esquerda,
e o de São Bento, à direita. No fundo, o sertão,
que avançava, infinitamente, para além da atual
rua Uruguaiana. No morro do Castelo, a
representação da Igreja e o Colégio dos Jesuítas
(letra C), e, na base do morro, o Forte de São
Tiago (letra F), hoje Museu Histórico. A parte
central da cidade, onde ficava o largo do Carmo
(hoje Praça XV), com seu Convento e Igreja, vem
assinalado com a letra A. Diante do mosteiro de
São Bento (letra D), a ilha das Cobras (letra I).
13
1744
François Moyen
Vue em perspective De Riougenaire, Ville de la
Merrique merd.ne.le. dependente de Sa Mte.
portugaise ou les flottes vont cherché lor.
Dessiné sur les lieue (?) par Moyen em octobre
1744.
Morro do Castelo, destacando-se a Igreja e
Colégio dos Jesuítas. Mais à direita, parte da
Fortaleza de São Sebastião. Ao fundo, à esquerda,
a entrada da barra, com o Pão de Açúcar.
Forte da Ilha das Cobras
Mosteiro de São Bento
Sobre a fortificação da Ilha das Cobras, seguem
alguns comentários no quadro seguinte, referente
ao ano de 1757.
Sobre o Morro de São Bento, seguem alguns
comentários no quadro referente ao ano de 1695.
Apesar dos defeitos de perspectiva e do desenho
falseado das torres das igrejas, não deixa de ter
valor, uma vez que foi executado em 1744, época
considerada remota para a deficiente iconografia
carioca nesse século e por alguns detalhes
importantes, como as grandes rodas dágua que
parecem ser o guindaste dos padres beneditinos
detalhes das muradas dos fortes da ilha das
Cobras e de São Sebastião do Castelo e os
guindastes de rodas da Alfândega. (Gilberto
Ferrez, Icong.).
14
1757
Leveux
Plan de la Baye de Rio-Janeiro et de ses Défenses
Tel quil a été dressé par Mr. Leveux.
Nanquim, colorido, 23,3 x 43,0m Bibliothéque
Nationale de France. Escola em 2 lieu 4.800
toise. O autor certamente fez parte da esquadra
francesa comandada pelo conde de Aché que, a
pretexto de tratar dos doentes, aqui arribou em
15.07.1757. O original traz a legenda e um índice
remissivo, no alto, no canto esquerdo. Está
dividido em duas partes à esquerda, planta da
baía de Guanabara e a cidade à direita, parte
mais importante, desenhos corretos de todas as
fortalezas (Gilberto Ferrez), destacadas nesta
página
Forte da Conceição
Fortaleza da Lage
Fortaleza de Villegaignon
Forte de Nossa Senhora da Boa Viagem
Forte da Ilha das Cobras
Forte de São Sebastião
Fortaleza de Santa Cruz
Forte da Misericórdia
Forte de Santiago da Misericórdia ou do
Calabouço, construído 1696, no mesmo local onde
havia sido construído, em 1693, uma Bateria, com
a invocação de S. Tiago. Mais tarde, foi uma
grande prisão e, durante quase um século, a Casa
do Trem (Arsenal de Guerra). Desde 1922, é o
Museu Histórico Nacional.
Aspecto da Fortaleza da Lage, em 1894, por
ocasião da Revolta da Armada. Foto de Juan
Gutierrez. Teve início, em 1555, com a
instalação, pelo almirante francês Villegaignon,
da Bateria Ratier, constante de duas peças. Foi
logo abandonada. Em 1584, no governo de Salvador
Corrêa de Sá, a construção foi retomada. Em
ruínas, foi novamente edificada em 1710
restaurada em 1715-16 e foi concluída em 1770.
Fortaleza ou Forte de São Sebastião, construído
por Mem de Sá, no Morro do Castelo, em 1567, após
a conquista da Cidade aos franceses. Tinha como
finalidade a defesa do porto dos Padres da
Companhia de Jesus, no Largo do Paço, atual Praça
15 de Novembro. Foi arrasada, com a demolição do
Morro do Castelo, em 1922.
Fortaleza de Santa Cruz, na entrada da Barra, no
local onde existiram peças de artilharia,
instaladas, em 1555, por Villegaignon. Foi
ocupada, em 1567, por Mem de Sá, e, melhorada por
Salvador Corrêa de Sá com a denominação de
Bateria de N. S. da Guia. Em 1632, recebeu
melhoramentos, passando a denominar-se Fortaleza
de Santa Cruz da Barra, ainda existente.
Ile de Bon Voyage, em 1837, no olhar do francês
León Jean Baptiste Sabatier, litografada por
Benard et Frey. O Forte parece ter sido
construído pelos portugueses, entre 1695 e 1710,
numa ponta e numa colina que dominam a praia das
Flechas, em Niterói. Foi reparado entre 1769 e
1779, e desarmado em 1861.
Fortaleza da Conceição, construída, em 1715, no
Governo de Antonio de Albuquerque, no morro da
Conceição (bairro da Saúde), no mesmo local onde,
em 1711, o comandante francês Duguay Trouin
instalou uma bateria. Foi melhorada, em 1763, no
governo do conde de Bobadela, Gomes Freire de
Andrade. A Fortaleza existe atualmente.
Ilha das Cobras, fotografada em 1893, por Juan
Gutierrez. Vista tomada do alto do morro do
Mosteiro de São Bento. No alto da ilha, a
fortaleza de São José, construída em 1711, e,
remodelada e ampliada em 1736.
Conforme havia dito no princípio deste estudo,
evitei incluir, entre os artistas franceses que
olharam para o Rio de Janeiro, os cartógrafos
no entanto, tal regra não foi aplicada para os
trabalhos onde aparecem vistas e perspectivas.
Nesse caso, temos uma Planta da Cidade do Rio de
Janeiro, com os desenhos das fortalezas que
protegiam a Cidade, sobretudo na área central.
Fortaleza de S. Francisco Xavier de Villegaignon,
ou apenas Villegaignon. Construída, na Ilha de
Villegaignon, em 1555, pelo Almirante francês
Nicolau Durant de Villegaignon, que a denominou
de Forte Coligny. Foi arrasada pelos portugueses
em 1567, e, reconstruída em 1695.
15
1807
Jean-Joseph Maillet
Detalhe da Entrada da Barra, próxima ao Pão de
Açúcar, vendo-se, na ponta direita, o Forte de
São João (Morro Cara de Cão), que fazia a defesa
estratégica da entrada da baía de Guanabara,
juntamente com os fortes da Lage (dentro da baía)
e Santa Cruz, do outro lado da barra.
Duas importantes panorâmicas do Rio de Janeiro.
Acima, em mar aberto, temos a entrada da barra
(baía de Guanabara), vendo-se, à esquerda, o Pão
de Açúcar e, à direita, a Fortaleza de Santa
Cruz. Abaixo, do interior da baía de Guanabara,
observa-se, à esquerda, o Pão de Açúcar e a Urca
ao seu lado, e vislumbramos a bela imagem da
Cidade até a Ilha das Cobras, situada à direita.
Entrada da Barra (detalhe da primeira gravura).
Vue des terres qui environnent le port de Rio de
Janeiro
Gravura (água-forte) de Jean Joseph Maillet,
nascido em 1751, em Paris, França, e falecido em
1811.
Vista do Morro do Castelo, local onde Mem de Sá
estabeleceu a Cidade, em 1567, depois da terra
conquistada aos franceses. Sobre o monte
ergueram-se, logo nos primeiros tempos, a Igreja
Matriz de São Sebastião, a Igreja de Santo Inácio
de Loyola, o Colégio dos Jesuítas e o Forte de
São Sebastião, sobre o qual foram apresentadas
referências no quadro do ano de 1757. Foram
abertas três ladeiras entre a parte baixa da
cidade e o alto do morro a do Poço do Porteiro
(depois da Ajuda, e do Seminário), a da
Misericórdia e a do Colégio.
Descendo o Morro do Castelo, na parte baixa, na
antiga Várzea, surge a cidade, espraiada,
correndo daquele morro ao do Mosteiro de São
Bento, cujo casario delineia a antiga rua
Direita, hoje rua Primeiro de Março. Finalmente,
à direita, no penúltimo morrote, vemos a Igreja e
o Mosteiro de São Bento, ali erguidos no século
XVII, como ficou dito no quadro referente ao ano
de 1695. No canto direito, defronte ao Morro de
São Bento, está a ilha das Cobras com sua
fortificação (ver quadro referente ao ano de
1757).
Detalhe da boca da Barra (entrada da baía de
Guanabara), vendo-se, à frente, a ilha da Lage e
sua fortificação, sobre a qual se falou no quadro
referente ao ano de 1757.
Entrando na Barra (detalhe da segunda gravura).
16
1810
Louis Est. DArcy de La Rochette
View in Rio de Janeiro
Segundo E. Bénézit, o coronel e artista DArcy
de La Rochette, era oficial de artilharia e havia
exposto, na Royal Academy, paisagens aquareladas.
A imagem representa o largo do Rossio, hoje Praça
Tiradentes, tendo, à esquerda, o antigo
pelourinho e casas da face norte.
Largo do Rossio - 1810
O mesmo pelourinho, do Largo do Rossio (Praça
Tiradentes), desenhado, após 25 anos, pelo também
artista francês Jean Baptiste Debret (1835).
As duas imagens foram executadas, com 25 anos de
diferença, pelos franceses DArcy de La Rochette
e de Debret. Na gravura de Rochette, o maior
destaque é dado ao belo sobrado do brigadeiro
Manuel Luis Ferreira e, a de Debret, vista de um
ângulo invertido, busca destacar, não só o mesmo
pelourinho, mas o Real Teatro de S. João (hoje
Teatro João Caetano). A diferença entre os
destaques deve-se à inexistência desse teatro no
tempo de Rochette.
O belo sobrado colonial, à direita, na esquina da
rua do Sacramento (antiga travessa da Lamnpadosa,
aberta antes de 1791, e atual Avenida Passos),
era propriedade do brigadeiro Manuel Luis
Ferreira, onde se hospedaram o enviado da Pérsia
em Londres e o embaixador inglês, Sir William
Gore Ouseley, ambos de passagem por essa Corte a
caminho do oriente.
Pelourinho
Era, entre nós, coluna de pedra, que se colocava
em lugares públicos, geralmente diante das
municipalidades, e onde os criminosos recebiam
açoites. Também nela se prendiam condenados a
forca. As pontas recurvadas, de ferro, geralmente
vistas na parte superior, serviam para separar a
cabeça dos que acabavam no baraço. Uma esfera
armilar, símbolo da monarquia portuguesa,
rematava a coluna, solenemente, austeramente,
quiçá amenizando-lhe a aparência trágica com uma
linha, até certo ponto, decorativa e plástica.
(Luus Edmundo, O Rio de Janeiro no Tempo dos
Vic-Reis).
O mesmo sobrado, visto por outro ângulo, em 1835,
pelo artista francês Debret.
Em frente à residência, várias carruagem aguardam
a saída dos ilustres hóspedes.
Belíssima gravura, em buril (20,8 x 31,0cm), do
coronel Louis Estanilas DArcy de La Rochette,
francês, nascido no século XVIII. Representa o
antigo largo do Rossio, atual Praça Tiradentes
1810.
Largo do Rossio - 1835
No primeiro plano, uma caleça atravessa o largo.
17
1816
Baron de Coubertin
Casa do Duque de Cadaval, nas Laranjeiras.
Aquarela do barão Julien Bonaventure de Coubertin
(1788-1871) , que serviu de ajudante-de-campo do
Duque de Luxembourg, embaixador extraordinário no
Brasil, em 1816.
18
1816
Charles Cochelet
Vue delEntrée de la Rade de Rio-Janeiro, et du
couvent de Gloria prise au dessus de celui de
Santa Theresa.
Vista panorâmica do bairro da Glória feita de
Santa Teresa, vendo-se a entrada da Barra (baía
de Guanabara), a praia da Glória, o outeiro e a
igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro,
cuja origem remonta ao ano de 1671, com a
edificação da Ermida da Glória, pelo famoso
ermitão, carioca, Antonio de Caminha.
Na rua da Glória, perto do largo do mesmo nome,
está esse chafariz de 1772, na encosta do morro
de Santa Teresa. A sua composição central, com
duas pilastras encimadas por entablamento e
frontão curvo interrompido ao centro, tem à
frente um tanque retangular de cantaria, que
recebeu alterações. É ladeado de dois muros
levemente curvilíneos, indicando a inserção do
munumento na época rococó. No corpo central está
a lápide com dizeres em latim, referente à
construção da fonte, no governo de Lavradio.
(Texto do Prof. Mário Barata, Rio Colonial).
Abaixo, detalhe de uma pintura, do também francês
Raymond de Monvoisin, onde mostra um grupo de
pessoas no Chafariz da Glória, em 1847.
Maio 2009
Na mesma litografia,vem retratado o antigo
Aqueduto da Glória, um dos muitos desvios dos
canos da Carioca, e que conduzia água ao chafariz
do caminho da Glória, inaugurado em 1772.
A Igreja da Glória do Outeiro, fotografada em
1862, também do alto de Santa Teresa, quase que
do mesmo ângulo da gravura de Cochelet. O templo
que vemos nas imagens foi construído entre 1714 e
1724. Nesse tempo, fizeram-se as obras magníficas
do seu suntuoso adro, todo lajeado de cantaria,
sistema, e ladeira. Teve sua confraria o
beneplácido canônico de irmandade em 1739.
Importante litografia (18,5 x 34,9 cm), segundo
desenho do francês Charles Cochelet, e uma das
muitas que foram litografadas pelo francês
Godfroy Engelmann.
Lápide com a inscrição, em latim, da história do
Chafariz. O Chafariz ainda existe, no mesmo
local, há 237 anos, na rua da Glória, número 156.
19
1816
Conde de Clarac
Vue du Lac de Freitas belle plantation doranges,
sur le devans des Plantes Grasses, um Aloes em
fleur. (Vista da Lagoa de Freitas, bela plantação
de laranja, à frente das plantas suculentas, uma
babosa em flor).
Escada de acesso da Capela
Charles Othon Fréderic Jean-Baptiste, Conde de
Clarac, nascido em 1777, em Paris, França, onde
faleceu em 1847. Estudou no colégio dHarcourt, e
desde cedo teve interesse por desenho e viagens.
Esteve na Itália em 1793. Em 1816, fez uma viagem
à América e, em 30 de maio, aportou no Rio de
Janeiro, onde permaneceu até 13 de setembro. Fez
vários desenhos. Em 1818 foi nomeado conservador
no Museu do Louvre.
Fotografia do acervo da Secretaria Extraordinária
de Promoção, Defesa, Desenvolvimentoe
Revitalização do Patrimônio e da Memória
Histórico-Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.
Sanguínea (30,0 x 39,0 cm), assinada Ch. De
Clarac e datada de 1816.
Capela da Cabeça cerca de 393 anos.
Aspecto único da secular capelinha de Nossa
Senhora da Cabeça, no Jardim Botâncio, e que
ainda existe, quase iqual a que se vê na imagem,
na Casa Maternal Mello Matos, na rua Faro n.º 80.
Na parte baixa, as águas da Lagoa Rodrigo de
Freitas e, mais ao centro da imagem, os Dois
Irmãos, uma bela rocha, imponente, que impera nas
praias de Ipanema e Leblon.
Restauro da Capela da Cabeça
Fotografia do acervo da Secretaria Extraordinária
de Promoção, Defesa, Desenvolvimentoe
Revitalização do Patrimônio e da Memória
Histórico-Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.
Outra pintura da Capela.
20
1816 (c)
Nicolas Taunay
Vista da Glória.
Outras obras de Nicolas Antoine Taunay
Nicolas Antoine Taunay nasceu, em Paris, a
11.02.1755, e faleceu, na mesma cidade, a
29.03.1830. Paisagista de mérito e pintor
histórico. Membro do Instituto de França e da
Missão artística contratada para vir ao Brasil em
1816. Em 1821, retornou a França.
Mercado de escravos, no Rio.
Cascatinha da Tijuca
Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro,
vista da praia da Glória. No primeiro plano,
diversas faluas, além de canoas e personagens à
beira da praia. Óleo sobre tela de Nicolas
Antoine Taunay.
Largo da Carioca e o Marquesa de Belas
21
1816-1831
Jean-Baptiste Debret
Desenho de Jean-Baptiste Devret
Outras obras de Jean Baptiste Debret
Nascido, a 18.04.1768, em Paris, França, onde
faleceu a 28.06.1848. Foi importante pintor,
desenhista, gravador, professor, decorador, e
cenógrafo francês. Filho de Jacques Debret (1736-
1805) - escrivão do Parlamento de Paris e
dedicado aos estudos de História Natural e Arte,
amigo íntimo de Dauberton e Lesage, importantes
naturalista da época e de Elisabeth Jourdain,
comerciante de roupas brancas (marchande
lingère). Entre 1785 e 1789, foi aluno de seu
primo Jacques-Louis David na Ecole des Beaux
Arts, Paris (França).
Importante documento iconográfico da cidade,
mostrando o conjunto do largo do Paço, atual
praça Quinze de Novembro, visto do mar, com o
cais e chafariz, no primeiro plano o Convento do
Carmo, as Igrejas do Carmo e Terceira do Carmo,
no segundo plano e casa dos Teles, à esquerda.
Palácio Real, depois Imperial, hoje Paço
Imperial. Construído, em 1743, no governo Gomes
Freire, com projeto do engenheiro militar José
Fernandes Pinto Alpoim. Foi sede do governo de
1743 a 1763, quando tornou-se Palácio dos
Vice-Reis, até a chegada da Corte em 1808.
Chafariz do Mestre Valentim, construído, em 1789,
por ordem do vice-rei D. Luis de Vasconcellos. O
elegante chafariz, projeto do Mestre Valentim, é
constituído por uma edificação de base
quadrangular, com as faces onduladas. Tinha uma
de suas faces voltada para o mar.
Convento do Carmo, erguido à beira-mar, próximo à
antiga ermida de Nossa Senhora do Ó. Nela,
instalaram-se, em 1590, os Frades Carmelitas e aí
iniciaram a edificação de sua residência. Em
1619, obtiveram consentimento para a extração de
pedras da ilha das Enxadas, necessárias à
construção.
Igreja do Carmo, Construída próximo ao local
onde existia a antiga ermida de N.S. do Ó. Em
1752, edificou-se novo templo, terminando as
obras em 1770. Em 1808, com a chegada da Família
Real Portuguesa, foi a mesma elevada a Capela
Real e Catedral do bispado. A fachada atual está
bem descaracterizada.
Casa dos Teles antigo palacete da família Teles
de Menezes, abastados senhores de fazendas e
engenhos na região de Jacarepaguá. Construída,
cerca de 1745, pelo Eng.º Alpoim. Em fins do
século XVIII, um grande incêndio destruiu parte
do palacete. Hoje, resta apenas o Arco dos Teles.
Segundo Gilberto Ferrez, documento da mais alta
importância, e que deve ser cortejado com os
desenhos de Ender, Smyth e Linde. Estão aqui
primorosamente desenhados com todos os detalhes
arquitetônicos o primeiro chafariz da Carioca e
o belo casarão que lhe ficava à esquerda, a
ladeira (com Cruzeiro e Caixa dÁgua do chafariz)
que levava ao convento e igreja de Santo Antonio
e Ordem Terceira da Penitência e, finalmente, à
direita, o grande casarão do Hospital da Ordem
Terceira de São Francisco.
Real Teatro S. João, hoje Teatro João Caetano
Aclamaçâo de D. Pedro II, diante do Paço Imperial
(1831).
Aclamação de D. João VI, no Rio de Janeiro.
Chafariz do Mestre Valentin, na Praça XV.
Veleiro norte-americano Calpé (ou Calphe)
Histórica embarcação, de três mastros, de
bandeira norte-americana, que trouxe, à bordo, a
famosa Missão Artística Francesa, saindo do porto
de Havre, a 22.01.1816, e aportando, no Rio de
Janeiro, a 26.03.1816. Foi a embarcação escolhida
para trazê-los pela modicidade do preço das
passagens.
Não poderia deixar de fazer parte desta Galeria
Debret, a própria galeria do artista, ou seja, o
seu atelier de pintura que funcionava no bairro
do Catumbi, onde residiu.
A cidade vista do alto da ladeira do Morro de São
Bento. No centro, a rua Direita, hoje Primeiro de
Março.
Mosteiro de São Bento
22
1816-1850
Auguste-Henry Victor Grandjean de
Montigny
Praça do Comércio (Casa
França-Brasil) Este prédio serviu, entre 1852 e
1901, de Alfândega. Em 1955, ali instalou-se o
2º Tribunal de Júri. Com a inauguração, em 1978,
de um novo edifício para aquele Tribunal, o
prédio foi desocupado.
O esquema ao lado (coluna da esquerda),
representa uma parte da Cidade do Rio de Janeiro,
tomado de um Mapa de 1816, justamente no ano em
que chegou a Missão Artística Francesa, com
Grandjean de Montigny, Debret, os Taunay, e os
Ferrez, entre outros.
Três detalhes do interior da Praça do Comércio,
projeto de 1820, e prédio que ainda existe, onde
está instalada a Casa França-Brasil. Abaixo, o
arquiteto Grandjean de Montigny se retrata,
apresentando o magnífico projeto ao Rei Dom João
VI. Edifício construido para substituir os
antigos trapiches, que já não atendiam às
necessidades dos comerciantes. As obras iniciaram
em 11.06.1819 e a inauguração ocorreu em
13.05.1820.
Projeto da Praça de Comércio corte, fachada e
planta baixa.
Desenho (aquarela) completo do interior da Praça
do Comércio.
Em 1980, o prédio passou por novas reformas, na
qual, sua cúpula foi escorada com madeira de lei
(ipê). Hoje, ali, encontra-se instalada a Casa
França-Brasil.
Alfândega (1852-1901)
O abamdono
Detalhe 1
Detalhe 2
O desenho ao lado (coluna do centro), de autoria
do próprio Grandjean, apresenta um novo plano
urbanístico para o centro da Cidade, no mesmo
trecho estampado na primeira coluna. A Praça XV
deixa de existir, surgindo, em seu lugar, o novo
Palácio Imperial (ver os primeiros slides), de
onde sai uma avenida monumental, ligando o centro
com a Praça Tiradentes. Foi poupado o Paço
Imperial.
Em seguida, abandonado.
Corte
Fachada
Detalhe 3 Detalhes do pórtico do Palácio
Imperial, projeto de 1848, que acabou não sendo
construído. Traço e aguada geral de nanquim, com
realce de aquarela nos elementos
decorativos. (Acervo da Escola Nacional de Belas
Artes).
Detalhe 3
Detalhe 1
Detalhe 2
Auguste-Henry Victor Grandjean de Montigny,
nascido a 15.06.1776, em Paris, no bairro do
Marais, e fal. a 02.03.1850, no Rio de Janeiro,
em sua residência, na Gávea. Outro grande mestre
da Missão Artística, embarcado no veleiro Calpé,
que aportou, no Rio de Janeiro, a 26.03.1816.
Foto jornalística, publicada no jornal O Globo,
de 17.06.1986, sem indicação do nome do fotógrafo.
II Tribunal do Júri (1955-1978)
Plano urbanístico da parte central da cidade,
entre a Praça XV e a Praça Tiradentes, em 1816.
Plano urbanístico de Grandjean de Montigny, cerca
de 1825. Pena, nanquim e aquarela.
O mesmo trecho em 2009. Retirou-se o Morro do
Castelo, em 1922, e avançou-se a Praça XV sobre o
mar.
Foto jornalística, publicada no Jornal do Brasil,
de 21.03.1987. Fotógrafo Custódio Coimbra.
23
FIM DA PRIMEIRA PARTE Série Artistas
Franceses no Rio de Janeiro Parte I (de VI)
  • O RIO DE JANEIRO
  • Visto pelos artistas franceses (1551-1886)
  • Pintores, Litógrafos e Gravadores.

Mais uma homenagem ao ano da França no Brasil
que se festeja em 2009.
Dedicado aos apaixonados pela história do Rio de
Janeiro e aos estudantes das belas-artes.
Pesquisa de imagens, desenhos, formatação e
complemento de texto Cau Barata 11.05.2009
14.06.2009. Agradecimentos ao amigo cel. Carlos
Alberto Paiva.
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