Title: Democracia e Defesa Nacional. Uma agenda a partir do Poder Legislativo.
1Democracia e Defesa Nacional. Uma agenda a
partir do Poder Legislativo.
- Eliézer Rizzo de Oliveira
- Diretor do CBEAL Memorial da América Latina
- Pesquisador CNPq
- Curso de Extensão Segurança e Defesa Nacional.
Da competição à cooperação regional. Mesa
Democracia e Defesa Nacional, com Roberto
Romano (Unicamp). - Biblioteca do Memorial, 30.10.2006.
2Dedicatória
- Aos ex-senadores André Franco Montoro (Brasil) e
Eduardo Baca (Argentina), por sua visão
democrática da Defesa Nacional e da integração da
América Latina (em memória). - Às Forças militares dos países do Mercosul
ampliado que atuam no Haiti, com mandato da ONU e
sob o comando de generais brasileiros pela
contribuição à paz, à preservação de vidas
humanas, à reconstrução daquele país e às
perspectivas de cooperação crescente entre as
FFAA e no plano da Defesa Nacional do Mercosul.
3Sumário
- A Defesa Nacional é tema da cidadania.
- O campo estatal da Defesa Nacional.
- Defesa Nacional e Poder Legislativo o
minimalismo político. - A construção de novo perfil político do Poder
Legislativo. - Política de Defesa Nacional sugestões adicionais
- Livro de Defesa Nacional razões, método, sumário
e fontes.
4 1. A Defesa Nacional é tema da cidadania.
- as lides do preparo militar tendem a ser
consideradas de competência quase exclusiva dos
militares, incluindo a definição do que o país
tem a defender e em que condições. - a cidadania deve focar sua atenção nos temas
governamentais, aí incluída a Defesa Nacional. -
- a atenção da mídia não corresponde à importância
dos temas de segurança e defesa no contexto
internacional.
52. O campo estatal da Defesa Nacional - 1
- Charles de Gaulle Le gouvernement a pour raison
dêtre, à toute époque, la défense de
lindépendance et de lintégrité du territoire.
Cest de là quil procède (1). - Defesa Nacional campo de ações estatais que
responde pela defesa do Estado e pelo
oferecimento de uma série de garantias aos
cidadãos e às instituições públicas. -
- (1) Charles de Gaulle, discurso na Escola
Militar. Challand, Gérard. Anthologie mondiale de
la stratégie. Des origines au nucléaire. Pref.
Lucien Poirier. Postfacio M. Gallois. Paris,
France Roberto Laffont, 1990, p. 1455.
62. O campo estatal da Defesa Nacional - 2
- Controle civil objetivo (Huntington) a natureza
do Ministério da Defesa FFAA são instrumentos do
Estado, não de partidos ou grupos políticos. - Estrutura democrática e republicana (N. Bobbio)
- Presidente da República comando inequívoco das
Forças Armadas - Forças Armadas nacionais, politicamente
não-deliberantes - Obediência política culto ao dever
- A-partidarismo
- Atuação militar é decidida pelo Presidente
- As normas militares dependem das leis
democráticas.
72. O campo estatal da Defesa Nacional - 3
- A NATUREZA DO CONTROLE CIVIL
- A democracia somente pode funcionar se os que
têm as armas da nação obedecem aos que não as
têm. Portanto, a tarefa central na construção das
instituições democráticas duráveis é a imposição
do controle civil sobre os militares - Adam Przeworski.
83. Defesa Nacional e Poder Legislativo o
minimalismo político - 1
- LEGISLATIVO HETERONOMIA QUANTO À DEFESA
NACIONAL - O chefe do Estado não compartilha com outro
poder a direção da guerra e o comando do
instrumento militar trata-se de seu domínio
exclusivo. Os demais poderes cumprem muitas
tarefas e missões de base constitucional, mas
somente ao presidente da República compete
dirigir politicamente as Forças Armadas - Eliézer Rizzo de Oliveira, Democracia e Defesa
Nacional. A criação do Ministério da Defesa na
presidência de FHC. Barueri, SP Manole, 2005, p.
57.
93. Defesa Nacional e Poder Legislativo o
minimalismo político - 2
- LEGISLATIVO AMPLIAÇÃO DE PRERROGATIVAS SOBRE A
DEFESA NACIONAL - Ainda que ao Executivo esteja reservada a
direção exclusiva das FFAA, o Congresso poderá
transformar-se em co-autor da orientação
política. De fato, a direção política transcende
a direção administrativa na medida em que aponta
os objetivos futuros, o perfil estratégico
desejável ao país e os meios eficazes a serem
alocados (1) - (1) Idem, p. 109
103. Defesa Nacional e Poder Legislativo o
minimalismo político - 3
- FATORES POLÍTICOS
- Ausência de riscos de uma guerra clássica falta
de percepção social da Defesa Nacional e aguda
percepção da Segurança Pública - Governar é ocupar cargos esta regra não funciona
nas FFAA - Os orçamentos militares não facultam emprego
político (ocupação de cargos)
113. Defesa Nacional e Poder Legislativo o
minimalismo político - 4
- FATORES POLÍTICOS
- O realismo eleitoral milico não dá votos
conspira contra o adequado tratamento da Defesa
Nacional os partidos não desenvolvem doutrinas a
respeito. - Omissão doutrinária dos partidos e a lei do
improviso.
123. Defesa Nacional e Poder Legislativo o
minimalismo político - 5
- FATORES ESTRUTURAIS DA REPÚBLICA
- A direção da Defesa Nacional e o comando das FFAA
são da exclusiva competência do Presidente da
República - O mesmo no tocante às medidas excepcionais
Estado de Sítio, Estado de Defesa, intervenção
nos Estados, intervenção nas polícias estaduais
o Legislativo é mantido à margem do emprego
militar no próprio país - Comissões de Defesa Nacional (ora CREDNs)
prioridade da Segurança Pública desprestígio
político
134. A construção de novo perfil político do
Legislativo - 1
- Partidos desenvolvimento de doutrinas e estímulo
à atuação dos parlamentares - Participação na definição política dos riscos e
ameaças melhor ainda, na elaboração da Política
de Defesa Nacional - Idem quanto ao perfil estratégico do país
- Domínio das hipóteses conceituais de Segurança e
Defesa Nacional, Cooperativa, Democrática,
Cidadã, Humana. Argentina cooperativa Brasil
em cooperação
144. A construção de novo perfil político do
Legislativo - 2
- A relevância das novas ameaças
- Acompanhamento na arquitetura de Defesa das
Américas - Conferência de Ministros de Defesa
acompanhamento parlamentar - Desenvolver capacidade e cooperação com CREDNs do
Mercosul e outras regiões
154. A construção de novo perfil político do
Legislativo - 3
- Qualificação dos Orçamentos da Defesa Nacional em
função de programas das FFAA apoio da CREDN para
decisão da Comissão de Orçamento - Visitas às missões internacionais de que
participem as FFAA - Visitas aos programas e unidades militares no
país
164. A construção de novo perfil político do
Legislativo - 4
- Política de Defesa Nacional e Livro de Defesa
Nacional - Prestação de contas do Presidente da República ao
Congresso Nacional sobre - missões internacionais
- Participação na garantia da lei e ordem
- Mercosul Comissão Inter-parlamentar de Defesa
Nacional
174. A construção de novo perfil político do
Legislativo - 5
-
- Envolvimento da sociedade civil, particularmente
das Universidades, nas atividades da CREDEN. - Prestação de contas políticas do Ministério da
Defesa ao Congresso Nacional - Na área de Defesa, o povo tem o direito de
saber se seus representantes fizeram uma previsão
correta de recursos para a Defesa em comparação
com outros programas tais como educação,
saúde, infra-estrutura, etc. e se, dentro do
programa de Defesa, os recursos foram aplicados
de uma maneira econômica, eficiente e eficaz
Margaret Hayes
185. Política de Defesa Nacional sugestões
adicionais - 1
- Plebiscito ou referendo sobre eventual Estrutura
Regional de Defesa - Ampliação da influência nas relações
civil-militares dos regimes democráticos da
região - Ampliação de vagas para estrangeiros nas escolas
militares - Seminários internacionais promovidos pelo Brasil
(em eventual cooperação)
195. Política de Defesa Nacional sugestões
adicionais - 2
- Criação da Universidade de Defesa Nacional
- Criação de Fundo de Defesa Nacional sobre
exportação de produtos minerais estratégicos - Pesquisa e desenvolvimento
- Equipamentos e armas
- Unidades militares
- Projetos Especiais.
205. Política de Defesa Nacional sugestões
adicionais - 3
- Plano de Valorização da Profissão Militar
- Programa Habitacional
- Apoio à realização de cursos de graduação e pós
com interesse institucional - Programa de transição para a reserva
- Educação à distância.
215. Política de Defesa Nacional sugestões
adicionais - 4
- Relações FFAA Universidades
- Programas de pós-graduação apoiadas em convênios
MD FFAA Universidades - Participação de universidades em programas
acadêmicos MD FFAA - Expansão da cooperação em Ciência e Tecnologia de
Defesa Nacional.
226. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Razões substantivas para sua elaboração
- Método democrático com a participação de
- MD Comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica
Ministérios CREDNs PF especialistas sociedade
civil associações profissionais da Polícia Civil
e PM etc. - Apoio da ONU e OEA.
236. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Mensagem do Presidente da República
- Mensagem do Ministro da Defesa
- tais mensagens destinam-se a emprestar ao Livro
de Defesa Nacional a autoridade do Chefe de
Estado, assim como dirigente superior da Defesa
Nacional e das Forças Armadas. Destaca-se, deste
modo, o caráter de política de Estado - Capítulo 1 - O Estado brasileiro
- exame da contribuição das Forças para a
constituição do Estado e a integridade
territorial considerações sobre localização,
dimensões, população, economia e caráter
continental do Brasil
246. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Capítulo 2 - O cenário estratégico (ou cenários
de Defesa Nacional) - O visão brasileira da Segurança e Defesa
situação atual e perspectivas de futuro - A situação internacional do pós-Guerra Fria
tensões entre multilateralismo (ONU) e
unilateralismo - América do Sul identidade estratégica
- Guerra formas atuais
- Participação brasileira em missões
internacionais - Acesso a tecnologias de ponta (inclusive
nuclear) objetivos, métodos e empregos
256. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Capítulo 3 - Política de Defesa Nacional
- o quadro internacional objetivos orientação
estratégica diretrizes, etc - Objetivos Nacionais (CF 1988)
266. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Capítulo 4 - A direção da Defesa Nacional
- Presidente da República
- Conselho da República e Conselho de Defesa
- Ministério da Defesa estrutura e funções
- Câmara dos Deputados e Senado Federal Comissões
de Defesa Nacional e processo legislativo sobre a
Defesa Nacional e as FFAA
276. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Capítulo 5 - As Forças Armadas
- histórico da Marinha, Exército e Aeronáutica
- funções e missões
- organização das Forças dimensão distribuição
territorial capacidades militares - logística indústria de defesa Ciência e
Tecnologia - recursos humanos pessoal militar pessoal civil
as mulheres militares - as Forças Armadas e a Segurança Pública
286. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Capítulo 6 - Estratégias Militares de Defesa (ou
os conceitos estratégicos das Forças) - as diretrizes das Forças
- Amazônia prioridade estratégica, programas e
processos de integração em Defesa Nacional - Capítulo 7 - O sistema educacional militar
- considerações sobre a estrutura de escolas e
suas finalidades na formação de profissionais de
cada uma das Forças
296. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Capítulo 8 - Os recursos para a Defesa Nacional
- evolução dos recursos orçamentários
- comparação com gastos militares em termos
regionais e internacionais - estrutura de gastos das Forças Armadas
- perspectivas
- Capítulo 9 - Participação do Brasil em acordos e
regimes internacionais
306. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Brasil Constituição Federal, leis e outros
- Presidência da República discursos
presidenciais documentos - Ministério da Defesa discursos ministeriais
documentos - Política de Defesa Nacional e documentos
decorrentes - Ministério de Relações Exteriores documentos,
discursos - Comandantes Militares diretrizes conceitos
estratégicos - Ministério de Ciência e Tecnologia
316. Livro de Defesa Nacional do Brasil razões,
método, sumário e fontes.
- Ministério da Justiça
- Comissões de Relações Exteriores e Defesa
Nacional (Senado e Câmara) - Escolas de Comando e Estado Maior
- Institutos de Estudos Estratégicos das Forças
Armadas - Escola Superior de Guerra
- Órgãos de Segurança Pública
- Documentos solicitados a especialistas civis e
militares - OEA
- ONU
- Outros.
32Muito obrigado.
- Eliézer
- eliezer_at_memorial.sp.gov.br
- 11 3823-4661
33América do Sul percepção brasileira
- região relativamente pacífica
- Objetivos do Brasil estabilidade regional,
integração, desenvolvimento econômico e redução
da criminalidade transnacional - zonas de instabilidade e ilícitos
transnacionais nas fronteiras amazônicas - Liderança do Brasil imprescindível à integração
da América do Sul ? Economia ? Segurança ? Defesa - Fontes Ministério das Relações Exteriores,
Ministério da Defesa, discursos dos ministros
Geraldo Quintão e José Viegas Filho.
34Ministério da Defesa emprego de conceitos da ONU
e OEA
- Segurança sensação de garantia do usufruto de
direitos políticos, econômicos, sociais (p. 169) - Exército Brasileiro
- Segurança Nacional condição que visa a
obtenção e a manutenção dos objetivos e
interesses da Nação, por meio da integração e do
emprego coordenado de várias expressões do Poder
Nacional (p. 170) - Defesa Nacional conjunto de ações do Estado,
com ênfase na aplicação da expressão militar,
para a proteção do território, da soberania e dos
interesses nacionais contra ameaças externas (p.
171) - General Rui Monarca Silveira. Segurança e
Defesa A visão do Exército Brasileiro. ALMEIDA
PINTO, J. R., RAMALHO DA ROCHA, A. J. e PINTO DA
SILVA, R. Doring (org). Reflexões sobre segurança
e defesa uma estratégia para o Brasil. Brasília
Ministério da Defesa, 2004, p. 167-187 vol. 1
35Segurança Pública e Defesa Nacional
- A Segurança Pública faz parte da Defesa do Estado
Democrático e de Direito (CF, art. 144) - Crise, reorganização e militarização da Segurança
Pública a vertente interna - Tensões de responsabilidades entre os níveis da
Federação - Novas condições legais para a participação das
FFAA na ordem pública, especialmente do Exército
(nova redação da LC 97/99) esgotada a capacidade
policial, emprego militar na prevenção e
repressão em área previamente estabelecida e por
tempo determinado
36Segurança Pública e Defesa Nacional
- Centro de Controle de Operações o Exército
dirigirá as polícias estaduais - Exército novas atribuições
- apoio logístico na repressão de delitos de
repercussão nacional e internacional - na faixa de fronteira patrulhamento, revista de
pessoas e veículos diversos e prisões em
flagrante delito - Força Policial Nacional (Ministério da Justiça)
para atuar nos Estados ação no ES (nov 2004) - Guardas Municipais novos atores e valorização
dos municípios