Title: O Processo de Trabalho dos/as Assistentes Sociais na Sa
1O Processo de Trabalho dos/as
Assistentes Sociais na Saúde da Mulher
2Políticas de Saúde no Brasil
- Saúde nunca ocupou papel central no cenário
político, tanto em relação a solução de agravos
que atinge à população, quanto na destinação de
recursos para o setor - Política de Saúde resultante de um conjunto de
embates políticos e ideológicos que comporta
diferentes interesses e sujeitos, inclusive do
plano internacional - Ação do Estado Respostas fragmentadas a
reivindicações sociais e emergenciais (controle
de epidemias, filantropia e prática liberal) por
muito tempo
3Visão da Mulher
- Função procriativa
- Corpo Feminino reduzido a sua capacidade
reprodutiva - Significação restrita aos órgãos reprodutores
(útero, trompas e ovários) - Questões femininas tratadas com
conservadorismo - Políticas e Programas ofertados na saúde
dicotomia no planejamento e na execução
4Políticas de Saúde da Mulher até 1980
- Voltadas para problemas
- da gestação e do parto
- Objetivos Identificação
- das causas de mortalidade
- materna e desnutrição infantil
- Mulher grupo dos vulneráveis, incapacitados,
beneficiária passiva - Maternidade papel relevante
- Ações viabilizadas Programa de Saúde
Materno-infantil e do leite.
5Questões Relegadas
- Preventiva e diagnóstico de doenças sexualmente
transmissíveis - Gravidez indesejada
- Abortamento
- Métodos e técnicas de controle de fertilidade
- Climatério e menopausa.
6Questões Impulsionadoras de Mudanças
- Crescimento demográfico populacional X pobreza
- Elevação dos índices de morbidade e de
mortalidade materna - Degradação qualitativa dos serviços de saúde
- Ausência de priorização da saúde da mulher nas
propostas de gestão
- Incremento do contingente feminino no grupo de
óbitos por patologias, antes predominantemente
masculinas - Ano Internacional da Mulher (1975)/Década da
Mulher (1975/1985) pressão por políticas
públicas. - Reforma Sanitária
- PAISM
- SUS saúde no âmbito da Seguridade Social.
7Programa de Assistência Integral à Saúde da
Mulher PAISM 1983/1986 - Diretrizes
- Modelo Assistencial
- Necessidades globais da Mulher
- Apresenta um conjunto de atividades que se
pautam na integralidade do sujeito - Preconiza o direito à saúde dos níveis mais
simples aos mais complexos, da atenção curativa à
prevenção - Mulher percebida na sua totalidade,
coletividade, singularidade e em todo seu ciclo
vital - Promove o direito ao livre exercício da
sexualidade responsável - Requer ações educativas com metodologias
participativas - Planejamento Familiar.
8Compreende
- Atenção Integral Clínico-Ginecológica
- Assistência Pré-Natal
- Assistência ao Parto e Puerpério
- Planejamento Familiar
- Assistência no Climatério.
- Requer
- Rede hierarquizada e descentralizada, com
sistemas formais de referência e
contra-referência, bem como garantias de
infra-estrutura e da apoio laboratorial e
terapêutico Processo obrigatório nos Estados e
Minicípios pautados em critérios
político-administrativos
9Operacionalização
- Práticas educativas em todas as ações destinadas
à mulher (humanitária, ética e solidária) - Planejamento Familiar como complemento à saúde
materno-infantil (contracepção e anticoncepção) - Aperfeiçoamento das ações de pré-natal, parto e
puerpério - Controle de DST, câncer de mama e uterino
- Abordagem de problemas da adolescência à
velhice. - Educação pré-natal quanto ao processo de
lactação, importância e técnicas de aleitamento e
orientações de alternativas contraceptivas nesse
período. - Assistência ao puerpério em alojamento conjunto
- Orientações sobre retornos de mãe e Rn,
imunização, nutrição, regulação da fertilidade
com técnicas simples
10SUS
- Saúde como direito de todos e dever do Estado
- Implementação de políticas estratégicas, como as
da saúde da criança, adolescente e jovem, da
mulher e do trabalhador, bem como prevenção e
controle de doenças - Ampliação da cobertura assistencial
- Redução da taxa de mortalidade infantil
- Melhoria da assistência pré-natal e índices de
aleitamento materno - Redução da taxa de partos cesáreas
- Queda nas internações por diarréias e pneumonia
- Organização da atenção básica via PSF
- Aumento dos investimentos nessa área
11Impactos na Saúde da Mulher
- Definição de 3 linhas de ação
- Apoio em sua dimensão reprodutiva
- Redução da mortalidade feminina
- Combate a violência contra mulher
12A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher/2004
- Após 2002, tivemos um ciclo de políticas públicas
voltadas à saúde integral das mulheres. - Orientada pelos pontos fundamentais
- Igualdade e respeito à diversidade mulheres e
homens são iguais em seus direitos - Eqüidade observando-se os direitos universais e
as questões específicas das mulheres - Autonomia das mulheres poder de decisão sobre o
seu corpo e vida - Laicidade do Estado políticas para mulheres
livres de princípios religiosos - Universalidade das políticas para todas as
mulheres - Justiça social com vistas a superação das
desigualdades sociais - Transparência dos atos públicos
- Participação e controle social debate e
participação feminina na formulação,
implementação, avaliação e controle das
políticas.
13Metas Prioritárias no Enfrentamento à Violência
Contra Mulheres
- Ampliar e aperfeiçoar a Rede de Prevenção e
Atendimento às Mulheres em situação de violência - Revisar e implementar a legislação nacional e
garantir a aplicação dos tratados internacionais
visando o aperfeiçoamento dos mecanismos de
enfrentamento à violência conta às mulheres - Promover ações preventivas em relação à violência
doméstica e sexual - Produzir e sistematizar dados e informações sobre
a violência contra as mulheres - Capacitar profissionais das áreas de segurança
pública, saúde, educação e assistência
psicossocial na temática violência de gênero - Ampliar o acesso à justiça e à assistência
jurídica gratuita.
14Programas Relativos à Saúde da Mulher
- a - Programa de Pré-Natal de Alto e Baixo-Risco
- b- Ambulatório Especializado de Toco-Ginecologia
- c- PAISM (PF, Climatério, NASA)
- d- Programa de Combate a Violência Sexual
- e- Programa de Controle da Epidemia de DST e
HIV/AIDS - f- Programa de Controle de Patologias de Câncer
Uterino e de Mama - g- Programa de Atendimento Humanizado (ALCOM UTI
neonatal, Banco de leite humano, Cartório de
Registro, etc.) - h- Internações Cirúrgicas e Ginecológicas
- i- Ouvidorias
- j. Programa de Imunização.
15De um programa verticalizante evoluiu para uma
política estratégica e transversal.
- A adequação dessa política ao enfoque de relações
de gênero e diversidade implicou também na
identificação de novos sujeitos sociais das
políticas de saúde (mulheres negras, com
deficiências, lésbicas, mulheres privadas de
liberdade, entre outras). - Elaboração da política nacional de direitos
sexuais e direitos reprodutivos, levou a um
patamar superior o tratamento dado às questões da
reprodução e da sexualidade.. - Grande visibilidade para a questão do aborto
governo honrou o compromisso assumido na primeira
conferência de políticas para as mulheres,
levando ao Congresso Nacional uma proposta de
descriminalização do aborto. - Tudo isso participação dos movimentos de
mulheres em toda a sua diversidade. (Tèlia
Negrão, 2012)
16A Saúde da Mulher Hoje
- Política com ênfase na saúde materna e mais duas
prioridades, o câncer de mama e do colo uterino - Consonância com discurso internacional dos
Objetivos do Milênio - Aborto uma medida sanitária indispensável
relegada - Anvisa não explicou bem porque tanto rigor com
a proibição da venda do misoprostol em farmácias
sendo que a própria OMS reconhece que este
salva vida de mulheres
17Programas Criados
- Rede Cegonha lançada em 28 de março/11 deixa
de incorporar importantes elementos para
enfrentar justamente o seu principal objetivo
redução da mortalidade materna. - A Rede Cegonha contará com R 9,397 bilhões do
orçamento do Ministério da Saúde para
investimentos até 2014. Estes recursos serão
aplicados na construção de uma rede de cuidados
primários à mulher e à criança. (MS/11) - Rede Feminista A idéia da Rede Cegonha
desumaniza o evento reprodutivo, quando retira
das mulheres o papel de trazedoras dos filhos ao
mundo - Em consequência, elas deixam também de ser
detentoras dos direitos reprodutivos. Adetentora
será a cegonha. - Télia Negrão É a concepção materno-infantil de
saúde da mulher, que criticamos há cerca de 30
anos, pois é reducionista. atenção às mulheres
no período gestação-parto-puerpério - Um conjunto de ações já dá conta do que se propõe
a rede chama-se Política Nacional dos Direitos
Sexuais e Direitos Reprodutivos das Mulheres
Brasileira
18- Rede cegonha X Aborto aborto 189 mil por ano.
- Estimativa de 1 milhão de abortos provocados por
ano, feitos em condições inseguras, decorrentes
de falta de acesso das mulheres ao planejamento
reprodutivo, falha do método contraceptivo e não
cumprimento da norma técnica do Ministério da
Saúde de violência sexual. - Norma define como deve ser feita a atenção aos
agravos à violência sexual, incluindo o aborto,
e cria serviços de atendimento esse ponto não é
apontado na proposta - Não é uma política de direitos reprodutivos. É
apenas uma boa política materno-infantil, pura e
simplesmente para as mulheres que desejam ter
filhos. As que não querem e engravidam, porque
não conseguiram planejar ou o planejamento
falhou, não são atendidas por essa política. - Como enfrentar a mortalidade materna se um
problema gravíssimos como o aborto é deixado de
fora?
19Rede Cegonha desumanização simbólica da política
de saúde da mulher (Rede Feminsita)
- PNAIMS prevê que a atenção à saúde reprodutiva
das mulheres tem de contemplar as que querem e as
não querem ter filhos - Brasil é signatário de documentos internacionais,
comprometendo-se com isso. - Se de um lado a Rede Cegonha vai possibilitar
acesso a saúde de qualidade às mulheres que
desejam ter filhos, de outro, ela ignora as
mulheres que não querem. - Governo adota postura omissa em relação ao
aborto, mantendo o mercado paralelo, clandestino,
como única alternativa às mulheres, que pagam
caro - Mantém-se, assim, um comércio ilegal, cujo acesso
coloca todas as mulheres em posição de
criminosas. Ou seja, larga-se o problema nas mãos
das mulheres.
20- Atualmente, apenas 10 dos 700 serviços
cadastrados no Ministério da Saúde realizam todos
os procedimentos da Norma Técnica dos Agravos à
Violência Sexual e Abortamento Previsto em Lei no
Brasil. - Persiste um cenário conservador, que estava em
mudança nos últimos anos, mas foi interrompido - Tendência de não se reconhecer as mulheres como
sujeitas de direito. Isso também ocorre com
mulheres lésbicas, que acabam invisíveis dentro
do sistema de saúde, quando não maltratadas. - Rede de atendimento às mulheres em situação de
violência muito frágil, há resistências de toda
ordem - Consequência sofrimento psíquico imenso, uso
exagerado de medicações psiquiátricas, sem falar
das sequelas por violências físicas.
21Outras Medidas
- MP 557/11 institui o Sistema Nacional de
Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante
e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna - finalidade de garantir a melhoria do acesso, da
cobertura e da qualidade da atenção à saúde
materna, notadamente nas gestações de risco. - constituído pelo cadastramento universal das
gestantes e puérperas, de forma a permitir a
identificação de gestantes e puérperas de risco,
a avaliação e o acompanhamento da atenção à saúde
por elas recebida durante o pré-natal, parto e
puerpério. - As gestantes cadastradas terão benefício
financeiro de até R 50,00, para auxiliar no
deslocamento a serviços de saúde relativos ao
acompanhamento do pré-natal e assistência ao
parto prestados pelo SUS. - Os serviços de saúde públicos e privados ficam
obrigados a garantir às gestantes e aos
nascituros o direito ao pré-natal, parto,
nascimento e puerpério seguros e humanizados.
22Para Beatriz Galli
- MP 557 não atende aos fins para os quais foi
criada. Tem também várias inconsistências
jurídicas e até mesmo artigos inconstitucionais. - Maior problema não é o acesso das mulheres aos
serviços de saúde mas a qualidade da atenção nos
serviços de saúde. E isso não se altera apenas
com uma medida provisória. - MP não irá garantir, por exemplo, acesso a
exames, diagnóstico oportuno, profissionais
treinados em emergência obstétrica, transferência
imediata e vaga para uma unidade de maior
complexidade. - Com essa MP, a mulher passa ser vista como um
receptáculo para o desenvolvimento de um novo
ser. Viola a autonomia e a dignidade das
mulheres, negando-lhes o reconhecimento da
liberdade de escolha. - Clara ponderação pró-feto, já que reconduz a
mulher à condição de uma incubadora. N faz
menção aos direitos sexuais e reprodutivos.
23- Viola a vida privada das mulheres ao criar um
cadastro compulsório para controle e vigilância
de sua vida reprodutiva. Por isso tem efeito
discriminatório. - Possibilidade da MP reforçar a discriminação
contra mulheres que fizeram aborto e, inclusive,
abrir a porta para perseguição (inclusive
jurídica) às mesmas. - Considerando que já existem políticas, leis,
portarias para reduzir a mortalidade materna no
Brasil, a MP 557 seria desnecessária. - Em tramitação na Câmara dos Deputados projeto
de lei que visa pagar à gestante vítima de
estupro que não abortar um salário mínimo até que
a criança atinja 18 anos de idade. Cria, assim, a
bolsa-estupro? - Fato Setores conservadores, dentro e fora do
governo, estão tentando estabelecer uma nova
ordem jurídica que desconsidera a mulher como
sujeito de direitos constitucionais e direitos
humanos.
24- Brasil condenado recentemente pelo Comitê para
a Eliminação da Discriminação contra a Mulher
(Cedaw) devido ao caso da afro-brasileira Alyne
da Silva Pimentel - Sua morte em 2008 por falta de cuidados
médicos adequados. Uma morte perfeitamente
evitável. - Diante dessa condenação internacional Brasil
tem de implementar as recomendações do Cedaw
(entidade que monitora o cumprimento da Convenção
para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher) para reduzir a
mortalidade materna. Só que preferiu baixar a MP
557, que, em vez de proteger as mulheres da morte
materna evitável, viola os seus direitos humanos. - Estado brasileiro violou suas obrigações em
relação ao acesso à saúde, à Justiça e à
obrigação de regulamentar as atividades dos
prestadores de serviços particulares. - Determinou reparação adequada da família de
Alyne, incluindo indenização financeira. Fez
também recomendações que, ao invés de cumpridas,
foram relegadas
25Assistente Social na Saúde da Mulher
- Resolução CFESS nº 383, de 29/03/1999
caracteriza o assistente social como profissional
de saúde. - Profissão regulamentada pela Lei nº 8.662/93
- Atribuições e competências profissionais regido
por um Código de Ética Profissional que deve ser
observado e respeitado - Atua no campo das Políticas Sociais com o
compromisso da defesa e garantia dos Direitos
Sociais da população - Atribuições Coordenar, planejar, executar,
supervisionar e avaliar estudos, pesquisas,
planos, programas e projetos na área de SS.
26AS na Saúde da Mulher
- Saúde contexto de permanentes desafios como a
exclusão social, o desemprego, a violência,
situações de risco social - Trabalho do AS interpretar e compreender a
realidade social, facilitando a inserção do
cidadão nas políticas públicas (saúde como um
direito)
27- Atendimento direito aos/as usuários/as
- Ações sócioassistenciais
- Ações de articulação com a equipe de saúde
merece ser refletido e as atribuições do
profissional de Serviço Social precisam ficar
especificadas e divulgadas para os diversos
profissionais. - Ações sócioeducativas
- Mobilização, participação e controle social
- Investigação, planejamento e gestão
- Assessoria, qualificação e formação profissional.
28Obrigada!!!