RECONVERSГO AGROPECUБRIA E POLНTICA AGROINDUSTRIAL - PowerPoint PPT Presentation

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RECONVERSГO AGROPECUБRIA E POLНTICA AGROINDUSTRIAL

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RECONVERS O AGROPECU RIA E POL TICA AGROINDUSTRIAL Fundamentos de um projeto para o enfrentamento da estagna o econ mica da metade sul e regi o noroeste do – PowerPoint PPT presentation

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Title: RECONVERSГO AGROPECUБRIA E POLНTICA AGROINDUSTRIAL


1
RECONVERSÃO AGROPECUÁRIA E POLÍTICA AGROINDUSTRIAL
  • Fundamentos de um projeto para o enfrentamento da
    estagnação econômica da metade sul e região
    noroeste do Rio Grande do Sul

2
resumo executivo da pesquisa Reconversão
Produtiva Agropecuária no Enfrentamento das
Desigualdades Territoriais no Rio Grande do Sul
INSTITUIÇÕES FEE / UNISC EQUIPE Carlos
Águedo Paiva (coord.) Dilson Trennepohl Janete
Stoffel José Antônio Assumpção Farias
Cristiano Sehn
3
  • Apesar da existência de uns pouco dissidentes,
    parece que a maioria dos economistas concorda que
    a agricultura contribui pouco para o crescimento
    econômico.
  • Ouso discordar.

Douglass North A agricultura no crescimento
econômico regional. Journal of Farm Economics
(1959)
4
Por que estagnação?
  • Não existe uma medida perfeita de desempenho
    socioeconômico local e regional
  • O PIB é apropriado desigualmente nos diversos
    municípios
  • Há municípios onde a renda não chega à 3 do
    PIB, e há outros onde a renda monetária
    disponível é significativamente maior que o PIB
  • Não se pode tomar a taxa de crescimento do PIB
    como referência metodologias variáveis

5
Por que estagnação?
  • Contradição do PIB per capita em diversos
    municípios gaúchos o PIB per capita sobe porque o
    capita (a população) decresce mais rapidamente do
    que o PIB.

A elevação do PIB per capita é uma das expressões
da crise
  • Tomamos, pois uma variável muito simples e
    censitada. O peso da inferência, aqui, é mínimo.
    Trata-se de dados dos Censos Demográficos de 1991
    e 2000 e da Contagem da População de 2007.

6
(No Transcript)
7
Por que estagnação?
  • 241 municípios do Estado (48,59 do total e que
    ocupam 36,69 da área) perderam população em
    termos absolutos entre 1991 e 2007
  • 369 municípios (74,4 do total e ocupam 82,7 da
    área) apresentaram performance populacional
    abaixo da média estadual de 0,95 ao ano
  • Poucos municípios - menos de 17,3 do território
    do Rio Grande do Sul - vêm ganhando participação
    relativa no quesito população. A grande maioria
    na Macro Região Nordeste.

8
Como enfrentar este quadro?
  • Para analisar as dificuldades imanentes ao
    enfrentamento deste quadro, vamos escolher um
    município e refletir sobre sua situação
  • Tomemos a capital da Metade Sul Santa Maria
  • Este município parece ir bem segundo o critério
    populacional adotado acima ao longo do período,
    cresceu a uma taxa anual de 1,18 (acima do média
    estadual de 0,95 a.a.).

9
Dinâmica demográfica dos municípios gaúchos entre
1991 e 2007
10
Santa Maria
  • Possui atributos exaltados pelos teóricos do
    desenvolvimento regional que privilegiam o
    supply-side e/ou se filiam às correntes
    pós-modernas (imaterialistas) da Economia
    Política

logística privilegiada, centros de excelência
universitária, disponibilidade dos mais diversos
serviços
  • Enfim Santa Maria parece possuir as
    características típicas de um pólo urbano
    pós-moderno

produção agrícola pouco expressiva, virtualmente
sem indústrias (sem poluição), tem atividades
baseadas em serviços de média sofisticação, com
elevado potencial para a complexificação e
integração em redes globais
11
Santa Maria
12
Santa Maria
13
Que tipo de pólo é Santa Maria?
  • Acriticamente, Santa Maria parece ter uma
    estrutura produtiva diversificada e com
    capacidade propulsiva. Infelizmente a realidade é
    mais complexa
  • O primeiro a entender é que nenhum pólo é igual
    aos demais. E Santa Maria é sui generis
  • Mais do que um pólo de serviços, Santa Maria é um
    pólo de consumo. A renda disponível de Santa
    Maria em 2000 (Censo Demográfico) correspondia a
    108 do seu PIB
  • A taxa média de absorção (na forma de renda
    disponível local) do PIB, para o conjunto dos
    municípios gaúchos, era de 47,36 em 2000
  • Triunfo caso extremo absorvia como renda
    disponível apenas 2,53 do seu PIB

14
Santa Maria
15
Qual a capacidade propulsiva de um pólo de
serviços e de consumo? (1)
  • A característica mais marcante da Economia
    Pós-Moderna é o elogio à força propulsiva do
    imaterial os serviços em geral, a ciência, o
    capital social, as finanças globalizadas, etc
  • Ousamos contrapor ao pós-modernismo um único
    argumento oriundo do senso comum

Um pólo de serviços e consumo não move nada, é
movido pela demanda (de serviços e consumo) que
incide sobre ele.
16
Qual a capacidade propulsiva de um pólo de
serviços e de consumo? (2)
  • Na verdade, como diversas vezes lembrou Keynes,
    este senso comum, é o argumento de Malthus contra
    Ricardo
  • É o argumento que estrutura o Princípio da
    Demanda Efetiva a oferta responde à demanda
  • E ele se desdobra no reconhecimento de que
    existem demandas autônomas (que puxam a oferta
    e a renda global) e demandas derivadas (em
    particular o consumo, que é puxado pela renda
    derivada das demandas autônomas).

17
Demanda efetiva e crescimento
  • A síntese neoclássico-keynesiana restringiu o
    funcionamento do PDE ao curto prazo e às
    condições de crise. No longo prazo, a lei de
    Say e o ricardianismo reinariam soberano
  • Alguns poucos autores Kalecki e Steindl à
    frente ousaram discordar
  • Mas a crítica mais relevante para nós porque
    diretamente vinculada à questão do
    desenvolvimento regional - veio de Douglass North.

18
Demanda efetiva e crescimento o modelo
keynesiano tradicional
  • Um modelo estritamente keynesiano de crescimento
    da renda com base no PDE assume o seguinte
    formato
  • 1) Y C I G X M
  • 2) C c Y
  • 3) M m Y
  • 4) Y c Y I G X m Y
  • 5) Y (I G X) / (1 c m)
  • Neste caso, as três variáveis de demanda autônoma
    Investimentos, Gastos do Governo e Exportações
    teriam a mesma capacidade propulsiva da renda
    regional.

19
Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(1)
  • O ponto de partida do modelo de North é o
    reconhecimento de que as regiões (e localidades)
    são mais especializadas que as nações. E poucas
    regiões (ou localidades) produzem bens de
    investimento (aço, máquinas, implementos
    mecânicos, etc.). E mesmo aquelas que os
    produzem, o fazem para um território muito mais
    amplo do que o seu próprio. Vale dizer exportam
    estes bens.
  • As regiões que não produzem bens de capital,
    exportam outros bens. E todos os produtos
    exportados por uma região para o SEU exterior
    (que pode ser uma outra região da mesma nação)
    são produzidos internamente e apresentam um
    conteúdo de importação à montante (consumo
    intermediário) inferior ao dos bens finais
    adquiridos via importação.
  • Em suma não se pode tratar a propensão marginal
    a importar m como um valor único, comum a
    todas as variáveis de gasto autônomo. O modelo
    assume, pois, uma nova forma

20
Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(2)
  • Y C (1 mc) I (1 - mi) G (1 - mg) X (1 -
    mx)
  • C c Y
  • Y c Y (1- mc) I (1 - mi) G (1 - mg) X (1
    - mx)
  • Supondo, para simplificar, que, nas regiões não
    industrializadas
  • mi 1 mg 0 e mx e 1, onde 0 e 1
  • Temos, como resultado, que a renda é determinada
    da seguinte forma

Y (G e X) / (1 c cmc)
21
Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(3)
  • O primeiro a observar é que a renda regional
    passa a ser função apenas de duas demandas
    autônomas as exportações e os gastos
    governamentais. Mas o sistema vai ainda mais
    longe
  • Se tomamos a renda disponível como variável
    relevante, e supomos que o governo opere com
    déficit zero, temos o seguinte resultado

22
Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(4)
  • Yd C I (G T) X M
  • G T
  • Yd C I X M
  • Yd c Yd (1- mc) I (1 - mi) X (1 - mx)
  • Se mi é próximo de 1 e (1-mx) é igual a e , que
    varia entre 0 e 1, temos
  • Yd (e X) / (1 c cmc)

23
Demanda efetiva e crescimento o modelo de North
(5)
  • Vale dizer, a renda disponível para os habitantes
    de uma região é função direta do
  • 1) valor de suas exportações para outras regiões
  • 2) grau de integração vertical, na região, da
    cadeia exportadora
  • 3) da propensão a consumir na região dos que
    recebem renda nas cadeias exportadoras e no
    subsetor de consumo para o atendimento da demanda
    local.

24
North e Santa Maria
  • O primeiro desdobramento do modelo de North é que
    regiões e localidades que se especializam em
    atividades voltadas à demanda local (vale dizer
    regiões especializadas em Comércio e Serviços,
    como Santa Maria) têm a sua dinâmica determinada,
    ou pelas transferências governamentais, ou pela
    dinâmica de apropriação de renda dos agentes
    exportadores no seu entorno
  • As únicas regiões especializadas em Serviços que
    atendem uma demanda extra-regional são os pólos
    turísticos e de serviços altamente
    especializados, que atendem demandas de usuários
    de territórios não circundantes
  • Este é o caso, no RS de Gramado/Canela e do
    Litoral Norte. Não é o caso de Santa Maria.

25
Outras implicações (legítimas) do modelo de North
(1)
  • 1) Os gastos governamentais são tão mais
    propulsivos quanto mais difusos (vale dizer
    baseados em transferências às famílias, via
    pagamento de pensões e aposentadorias, salários,
    bolsa família, etc.) e mais deficitários
  • 2) Se o Estado diminui os gastos com
    transferências às famílias e amplia, no mesmo
    tanto, as transferências para as empresas, com
    estímulos e subsídios aos Investimentos, o
    resultado imediato é a queda da renda regional,
    pois os gastos com investimentos sejam normais
    ou subsidiados vão estimular a demanda, a
    produção e a renda em outras regiões (as que
    produzem bens de capital)

26
Outras implicações (legítimas) do modelo de North
(1)
  • 3) Quanto mais intensiva em trabalho e quanto
    mais bem distribuída for a renda nas atividades
    exportadoras, maior a propensão marginal a
    consumir (c) e menor a propensão a importar dos
    consumidores (mc)
  • 4) Assim, quanto mais intensiva em trabalho as
    atividades exportadoras (menos intensivas em
    capital), maior o seu efeito multiplicador sobre
    a renda regional
  • 5) Quanto mais integrada a cadeia produtiva na
    região, maior o multiplicador da renda, pois
    maior a parcela das vendas totais que tomam a
    forma de valor agregado na região.

27
Falsas Implicações do Modelo de North
  • O foco nas exportações e na integração da cadeia
    pode conduzir à conclusão de que caberia aos
    governos atrair (genericamente) empresas
    industriais
  • Esta conclusão é precipitada. Uma empresa
    exportadora só mobiliza a renda regional se
    emprega agentes e/ou insumos da região. Empresas
    que importam os insumos , que exportam o
    excedente operacional e que deslocam os gastos
    governamentais de suas aplicações difusas
    (transferências) não mobilizam em nada a renda
    regional
  • Mesmo quando a empresa atraída utiliza insumos
    regionais, o movimento de atração pode ser
    economicamente incosistente. Há exemplos
    conhecidos.

28
Implicações do Modelo de North (1)
  • Alguns produtos, como a soja, permitem um grau de
    aproveitamento tal (óleo, farelo para ração,
    proteína alimentar, etc.) a partir de padrões
    tecnológicos tão disseminados (indústria
    alimentícia) que seus demandantes usualmente
    privilegiam sua aquisição in natura e a granel
  • Assim, são deprimidos os custos de transporte do
    importador, ao mesmo tempo em que se estimula a
    agregação de valor no país ou região importadora
  • Políticas locais de integração desta cadeia a
    jusante tendem a ser ineficazes. Não
    gratuitamente, mais da metade da soja produzida
    no Rio Grande do Sul é exportada em grão, sem
    qualquer processamento interno (exceto secagem).

29
Implicações do Modelo de North (2)
  • Na mesma situação encontram-se outros grãos
    (arroz), ou de forma ainda mais marcante o
    tabaco.
  • Este último carrega uma característica peculiar
    seu produto final é uma folha de fumo cheia de
    ar. De sorte que um container de fumo prensado
    se transforma em diversos containers de cigarro.
    É irracional, em termos logísticos, processar o
    cigarro perto dos centros produtores de tabaco
    este processamento deve se dar próximo aos
    centros consumidores.
  • Integrar uma cadeia como a do tabaco através da
    concessão de benefícios fiscais para a atração de
    empresas cigarreiras é um exemplo típico de
    desperdício de dinheiro público, pois não é uma
    política sustentável no médio e no longo prazo.

30
Implicações do Modelo de North (3)
  • Diferentemente, existem cadeias onde a integração
    a jusante e a montante é virtualmente impositiva.
    Sem ser impossível, é altamente custoso deslocar
    leite, aves, e animais vivos a grandes
    distâncias. A perda de volume e o ganho de
    estabilidade do produto associados ao
    beneficiamento estimulam que o mesmo se dê nas
    proximidades da região produtora.
  • Neste caso, o apoio governamental à atração de
    empresas forâneas para a integração da cadeia
    pode ser uma política economicamente consistente.
    Mas também pode ser desnecessária. A atração é
    natural, movida pela busca do lucro.

31
Implicações do Modelo de North (4)
  • Para que se possa avaliar o custo/benefício de
    uma política de atração de empresas em cadeias
    agroindustriais é preciso resgatar os seguintes
    elementos
  • 1) A demanda externa para o produto da região
    pode ser atendida com a capacidade instalada
    atual?
  • 2) Em caso negativo, as empresas já instaladas
    podem atender a demanda crescente através da
    ampliação da sua capacidade produtiva?

32
Implicações do Modelo de North (5)
  • Caso a resposta para as perguntas 1 e 2 seja
    SIM, qualquer subsídio ou apoio financeiro à
    atração de novas empresas deve trazer as
    seguintes consequências
  • 1) aceleração da concentração do capital, com a
    falência das empresas de base local que não
    receberam benefícios fiscais
  • 2) como as empresas expulsas usualmente adotam
    padrões técnicos pregressos (mais intensivos em
    trabalho), a concentração do capital se associará
    à destruição de postos de trabalho e à depressão
    da renda regional
  • 3) caso o Estado se encontre financeiramente
    comprometido e adotar políticas de déficit zero,
    a depressão dos gastos governamentais difusos
    (com transferências e serviços), em prol dos
    subsídios imporão nova depressão da renda
    regional .

33
As lições de North para o RS (1)
  • Para que uma região tenha uma dinâmica econômica
    virtuosa é necessário que ela se especialize em
    uma gama de produtos de exportação que
  • 1) sejam relativamente intensivos em mão-de-obra,
    para que se gere um mercado local/interno
    expressivo
  • 2) tendam a integrar a cadeia produtiva na
    própria região produtora do bem de exportação
    original
  • 3) apresentem demanda externa crescente a taxas
    compatíveis com o crescimento potencial da oferta
    local
  • 4) a região apresente vantagens competitivas
    estruturais (naturais ou adquiridas/induzidas).

34
As lições de North para o RS (2)
  • Além disso, North salienta que em regiões
    periféricas (estagnadas ou ainda não
    industrializadas), a base de exportação original
    deve advir da agropecuária, pois qualquer ponto
    de partida industrial envolverá malgrado
    exceções a atração de indústrias sob efeito
    estufa, vale dizer, sem consistência econômica.
  • Ora, se o exposto é correto, para avaliar o
    potencial de retomada do crescimento das regiões
    Sul e Norte-Noroeste do RS é preciso avaliar as
    características de sua produção agropecuária

35
As lições de North para o RS (3)
  • De forma geral, a produção agropecuária gaúcha é
    bastante concentrada em um número relativamente
    pequeno de produtos
  • Dentre estes, chamam a atenção a soja e o arroz,
    com 23,03 e 15,63 do VBP agropecuário,
    respectivamente. Se somamos a estes produtos o
    fumo e o trigo (de acordo com os dados da MIP de
    2003), atingimos um total de 51,57 do VBP.
  • Vale observar que estes percentuais foram obtidos
    junto à Matriz de Insumo Produto do RS do ano de
    2003. A despeito de contarmos com informações
    mais atualizadas, as informações da MIP, para
    além de serem particularmente confiáveis (pela
    necessidade de compatibilizar informações de
    oferta e demanda), são as informações pertinentes
    para os cálculos de impacto na agregação de valor
    no RS das diversas cadeias produtivas. Estes
    resultados serão apresentados logo adiante.

36
(No Transcript)
37
As lições de North para o RS (4)
  • As informações sobre a estrutura produtiva gaúcha
    são particularmente preocupantes. Os produtos
    supra-referidos têm por característica serem
  • 1) relativamente pouco exigentes em mão-de-obra
  • 2) significativamente exigentes em área,
    combustíveis, e mecanização (capital),
    apresentando elevado vazamento de Valor Agregado
    a montante
  • 3) exigirem pouquíssimo beneficiamente a jusante,
    limitando o processo de ampliação e integração da
    cadeia produtiva neste sentido.
  • Além disso, a soja apresenta uma produtividade
    crescente no Centro-Oeste Cerrado, deprimindo os
    preços nacionais. Enquanto arroz e fumo
    apresentam demanda interna e internacional
    relativamente saciada.

38
As lições de North para o RS (5)
  • De outro lado, nos deparamos com 4 outras
    especializações expressivas bovinos, suínos,
    aves e leite com características opostas.
  • Em conjunto, estes 4 itens da agropecuária
    respondem por pouco mais de ¼ da produção
    regional (25,29 do VBP)
  • Seu potencial de crescimento é, contudo, muito
    maior do que o de quaisquer outros segmentos
    (excetuado a cana-de-açúcar / etanol, a qual
    voltaremos adiante). Senão vejamos.

39
North e a Macro Norte-Noroeste (1)
  • Dadas as características (e problemas)
    diferenciada(o)s de cada região, é preciso
    tomá-las separadamente. Comecemos pela Macro
    Norte-Noroeste
  • Em termos de estrutura fundiária esta região é
    muito similar à região Nordeste do RS, bem como à
    região Oeste de Santa Catarina. Contudo as taxas
    de crescimento demográfica e econômicas das
    últimas décadas da região são marcadamente
    inferiores às de suas vizinhas.

40
North e a Macro Norte-Noroeste (2)
  • Não resta mais dúvida de que a performance
    peculiar desta região está diretamente ligada à
    sua especialização produtiva agropecuária,
    marcada pelo binômio trigo-soja.
  • Se identificamos (por simplificação), a Macro
    Norte-Noroeste do RS (padrão FEE) com a
    Meso-Noroeste do IBGE (que é significativamente
    menor), temos que a mesma é responsável por
    73,22 do valor da produção da soja e 72,72 do
    trigo gaúcho.
  • No cômputo geral da agricultura temporária, a
    região é responsável por 43,26 da produção
    gaúcha, a despeito de contar com pouco mais de
    25 da área dos estabelecimentos agropecuários .
    (Fonte Censo Agropecuário 2006).

41
North e a Macro Norte-Noroeste (3)
  • Os desdobramentos do protagonismo da região no
    binômio trigo-soja são múltiplos e, de forma
    alguma, são apenas negativos
  • Em particular, há que se observar os
    desdobramentos positivos no que diz respeito à
    integração a montante de uma indústria
    metal-mecânica voltada à produção de implementos
    e máquinas agrícolas, que se desdobrou em uma
    base de exportação autônoma da região
  • Não obstante, no plano estrito da geração de
    renda (valor agregado) e emprego no campo e nos
    centros urbanos integrados às cadeias
    sojo-tritícola a jusante e a montante, as
    consequências são perversas. Vejam-se as tabelas
    a seguir.

42
(No Transcript)
43
North e a Macro Norte-Noroeste (4)
  • A primeira coisa a observar nos dados da tabela
    anterior são os diferenciais de agregação de
    valor no conjunto da cadeia das distintas
    especializações agropecuárias.
  • Em média, os setores pecuários geram um valor
    agregado 50 maior do que o gerado pelo binômio
    trigo-soja no Rio Grande do Sul.
  • Isto equivale a dizer que qualquer estímulo ao
    crescimento da produção pecuária (suposta a
    existência de demanda e a manutenção do grau
    atual de integração das cadeias produtivas) tende
    a gerar um acréscimo de renda no Rio Grande do
    Sul que é 50 maior do que o acréscimo de renda
    alimentado pela cadeia sojícola-tritícola.

44
North e a Macro Norte-Noroeste (4)
  • Mas esta conclusão é conservadora. Na verdade,
    não há porque se tomar a estrutura produtiva e o
    grau de integração atual da cadeia como dados.
  • Pelo contrário, é preciso trabalhar para que a
    matriz produtiva industrial da região
    Norte-Noroeste acompanhe o crescimento da oferta
    de produtos pecuários, com integração
    vertical/regional crescente das cadeias
    relevantes.
  • O impacto potencial de um tal movimento na
    geração de empregos na região pode ser intuido a
    partir da tabela subsequente.

45
(No Transcript)
46
North e a Macro Norte-Noroeste (5)
  • Mas não basta avaliar o impacto interno (no plano
    da geração de emprego e renda e integração das
    cadeias produtivas) no momento de se fazer uma
    aposta em uma reconversão produtiva.
  • É preciso avaliar a demanda potencial destes
    produtos e a competitividade estrutural do
    território.

47
North e a Macro Norte-Noroeste (6)
  • A competitividade gaúcha e brasileira no trigo é
    estruturalmente baixa vis-à-vis nossos parceiros
    sulistas do Mercosul. E, na soja, a produtividade
    do RS é discretamente inferior à do Centro-Oeste,
    que opera com estruturas fundiárias muito mais
    adequadas a culturas exigentes em território.
  • De outro lado, a competitividade da região
    noroeste na pecuária estabulada (exigente em
    mão-de-obra, mas não em território) é estrutural.

48
North e a Macro Norte-Noroeste (7)
  • O mais importante, contudo, é que a demanda
    interna e externa pelos produtos da pecuária
    estabulada é vigorosamente crescente.
  • De acordo com o relatório conjunto OCDE-FAO de
    2009, o Brasil deverá participar com pelo menos
    1/3 do mercado mundial de carnes em 2018.
  • Esta perspectiva é particularmente importante, na
    medida em que projetamos um real apreciado (dólar
    barato) para os próximos anos, de forma que a
    produção agropecuária voltada aos mercados
    externos só se sustentará se contar com políticas
    públicas articuladas nacionalmente.
  • O mercado de carnes e lácteos, por sua expressão
    crescente na balança comercial brasileira, deverá
    receber atenção privilegiada dos órgãos
    governamentais de apoio à Exportação.

49
  • Participação do Brasil no comércio decarnes e
    leite

50
North e a Macro Norte-Noroeste (8)
  • O mais interessante é que a participação
    brasileira no subsetor de carne suína e de leite
    é pequena, vis-à-vis a participação nas carnes
    bovina e de ave.
  • O ingresso do Brasil como um produtor expressivo
    no mercado mundial de lácteos deverá ocorrer. Mas
    há muito o que trabalhar no mercado interno
    (também crescente, impulsionado pela distribuição
    de renda) e fomentar a qualidade do produto.
  • De outro lado, as perspectivas para o crescimento
    do mercado mundial de carne suína e derivados
    são excelentes e esta ocupação poderia se dar com
    relativa rapidez.

51
North e a Macro Norte-Noroeste (9)
  • O centro dinâmico do mundo está se transferindo
    para o Pacífico e o Índico. Justamente onde o
    consumo de carne suína é expressivo e crescente,
    e onde os déficits comerciais no setor são mais
    elevados.
  • Além disso, nossa vizinha Argentina é importadora
    líquida de carne suína, e os grandes exportadores
    (Dinamarca, EUA, Canadá e Alemanha) estão
    estabilizando sua produção em função do impacto
    ambiental da mesma.

52
  • Saldo Comercial em Carne Suína e Derivados de
    Países Selecionados

53
North e a Macro Norte-Noroeste (10)
  • Não obstante, os maiores mercados importadores de
    carne suína (Japão e Coréia) se encontram
    fechados à produção brasileira e gaúcha pela
    ausência de barreiras sanitárias com nossos
    vizinhos do Mercosul e pelos baixos padrões de
    rastreamento e qualidade no processamento da
    carne suína pela indústria.
  • Santa Catarina está desenvolvendo barreiras
    sanitárias e apoiando sua indústria regional na
    conquista do mercado asiático. O Paraná tem
    expandido a concessão de incentivos fiscais para
    a venda de produtos da cadeia no interior do
    próprio Estado, com vistas a alavancar a
    lucratividade de sua indústria local, que pode
    operar com margem de contribuição menor nas
    vendas para outros Estados e o exterior.

54
North e a Macro Norte-Noroeste (11)
  • Qual a política do governo gaúcho para o setor de
    carne suína? Não me parece que haja qualquer
    política articulada.
  • O que só não é pior do que a política
    recentemente adotada para o setor leiteiro
    atração de investimentos forâneos redundantes,
    com a concessão de incentivos fiscais geradores
    de pesadas vantagens competitivas para empresas
    que operam com um mínimo de agregação de valor ao
    produto local.
  • Como consequencia, o setor de laticínios vem
    passando por um processo acelerado de
    concentração e desgauchização. Pequenos
    produtores industriais estão sendo expulsos do
    mercado na região Noroeste. E, com eles, os
    produtores rurais que produzem menos de 100
    litros de leite dia, que não se mostram
    interessantes para os grandes conglomerados.
  • Uma política deste padrão só pode alimentar o
    aprofundamento do êxodo rural e da depressão
    econômica da Região Norte-Noroeste. Urge
    infletí-la .

55
North e a Metade Sul (1)
  • O problema da Metade Sul é muito mais grave do
    que o da Região Norte-Noroeste.
  • A despeito da dinâmica demográfica recente desta
    última região ter sido inferior à de sua
    congênere estagnada, isto só é assim porque a
    crise do Sul é mais antiga, de forma que o
    processo de evasão já atingiu um determinado
    platô e se estabilizou.
  • Contudo, para além da especialização produtiva no
    binômio arroz / bovinocultura extensiva
    (completado, na porção leste da Metade Sul, pelo
    fumo), a região também se depara com um grave
    problema fundiário.

56
North e a Metade Sul (2)
  • Sem dúvida, nos termos mesmos de North alguma
    democratização da propriedade fundiária seria
    necessária para estimular a formação de um
    mercado local e, consequentemente, estimular a
    diversificação produtiva urbana.
  • Ainda que em uma velocidade (e, talvez, também,
    em uma forma) inadequada, este processo de
    democratização da propriedade vem ocorrendo. E,
    essencialmente, ele depende de recursos e
    mobilização política nacional.
  • No plano estritamente regional, o que cabe fazer
    é definir uma política de diversificação
    produtiva regional, capaz de estimular a
    agregação de valor nas cadeias agroindustriais.

57
North e a Metade Sul (3)
  • Este tema vem sendo objeto de alguma atenção do
    governo do Estado, que desenvolveu todo um
    programa (até agora fracassado) de reconversão
    produtiva de parte do território em direção à
    silvicultura e à exploração madeireira (em
    particular, com vistas à produção de celulose).
  • O primeiro a observar é que um tal programa de
    reconversão vai na contramão das políticas
    propostas por North.
  • A silvicultura (em especial, com vistas à
    produção de celulose) emprega relativamente pouca
    mão-de-obra direta e indiretamente. A renda
    gerada e distribuída é concentrada no tempo e não
    alimenta um intenso fluxo comercial urbano de
    base local. Os setores a jusante e a montante são
    intensivos em capital e não tendem a se localizar
    na região.

58
North e a Metade Sul (4)
  • A iniciativa do governo não é exclusivamente
    negativa, contudo, e comporta três dimensões
    louváveis, associadas ao reconhecimento de que
  • 1) alguma reconversão produtiva é necessária
  • 2) a base desta reconversão deve ser a produção
    agropecuária
  • 3) as empresas industriais a serem atraídas
    para a região devem ter motivações
    econômico-racionais para se instalarem
    definitivamente (e não apenas enquanto durar o
    incentivo) na mesma.

59
North e a Metade Sul (5)
  • Para além disso, o movimento do governo do Estado
    envolve reconhecer que o bioma Pampa apresenta
    limites de diversificação, em particular no
    sentido de uma agricultura temporária mais
    exigente e mais agressiva com relação ao solo
  • Simultaneamente, o movimento governamental vai ao
    encontro de uma das exigências cruciais do modelo
    northiano a identificação de nichos de mercado
    com demanda crescente e dentro dos quais a região
    apresente competitividade estrutural.

60
North e a Metade Sul (6)
  • Não obstante, a estratégia governamental peca por
    dois motivos
  • desconhece o fato de que a Metade Sul não é uma
    unidade simples, mas complexa, comportando
    significativas diferenças em sua porção leste e
    oeste
  • 2) desvaloriza relativamente as alternativas
    produtivas tradicionais, tomando sua forma atual
    (e insuficiente, no plano da dinamização do
    território) de exploração como a única forma
    possível.

61
North e a Metade Sul (7)
  • No plano da distinção entre porção leste e oeste
    da Metade Sul, é preciso ver que a porção leste
    apresenta uma estrutura fundiária muito mais
    democrática (vide Canguçu, por exemplo) e uma
    diversidade produtiva muito maior, contando com
    uma bacia leiteira expressiva em torno de Pelotas
    e uma fruticultura importante (mormente de
    pêssego, seguida de perto pela viticultura).
    Igualmente importante é a produção de tabaco nos
    territórios de estrutura fundiária mais
    democrática.
  • Para esta porção do território, entendemos que a
    estratégia a ser seguida é similar à já apontada
    para a porção Noroeste, com a especificidade de
    que caberia, aqui, um apoio maior à alternativa
    da fruticultura.

62
North e a Metade Sul (8)
  • Mas é a porção oeste da Metade Sul que vem
    apresentando as performances mais preocupantes,
    em particular as regiões da Campanha e da
    Fronteira Oeste. A estrutura produtiva deste
    território é altamente concentrada em duas
    alternativas bovinocultura de corte e
    orizicultura.
  • Ora, malgrado a aparência em contrário (se
    tomamos sua dinâmica secular, em continuada perda
    de importância relativa na economia gaúcha desde
    a entrada do século XX), a bovinocultura
    apresenta um elevado potencial de dinamização da
    Metade Sul.

63
North e a Metade Sul (9)
  • Desde logo, há que se entender que, em relação à
    silvicultura, a bovinocultura de corte é
  • 1) uma alternativa que pelo menos tão
    alvissareira no plano do mercado (interno e
    externo)
  • 2) muito menos agressiva ao meio ambiente
  • 3) muito mais incorporadora de mão-de-obra
  • 4) implementável sem renúncia fiscal, mas com a
    ampliação dos dispêndios governamentais difusos
    e estimuladores dos mercados urbanos regionais.

64
North e a Metade Sul (10)
  • A alternativa parece escapar por sua demasiada
    obviedade a pecuária bovina.
  • A despeito do território já ser especializado em
    bovinocultura de corte, a produtividade gaúcha é
    muito inferior ao potencial da Macro-Região
  • Hoje o Rio Grande do Sul apresenta uma
    produtividade média no rebanho bovino inferior a
    80 kg por ha por ano
  • Entretanto, diversos pecuaristas, alcançam
    produtividades até 20 vezes maior, acima dos 1500
    kg por ha por ano.

65
North e a Metade Sul (11)
  • Este expressivo acréscimo de produtividade pode
    ser alcançado com uma combinação de três fatores
  • 1) pastoreio rotativo (Voisin)
  • 2) plantio de forrageiras (mormente as perenes,
    que prescindem de re-plantio)
  • 3) adubação/fertilização das pastagens.

66
North e a Metade Sul (12)
  • O primeiro a salientar em um tal projeto de
    ampliação da produtividade é que ele não apenas
    gera emprego no campo (o Voisin é um sistema
    relativamente intensivo em mão-de-obra), mas
    integra e complexifica a cadeia da bovinocultura
    a montante
  • Como se isto não bastasse, a cadeia produtiva a
    jusante grandemente empregadora seria
    amplamente beneficiada
  • Se conseguíssemos multiplicar por 5 a
    produtividade da pecuária bovina no RS, atingindo
    a meta apenas sofrível de 400 kg por ha por ano,
    e supondo que os abates se realizassem em
    território gaúcho, também multiplicaríamos por 5
    o número de empregados nos frigoríficos.

67
North e a Metade Sul (13)
  • De acordo com a RAIS, os abatedouros de bovinos
    empregaram, em 2008, 6.740 trabalhadores. Com uma
    produção/desfrute 5 vezes maior, o número de
    empregados no setor poderia se elevar a 33.700
  • Supondo, ainda, que o número de empregados no
    segmento de fabricação de produtos de carne
    vinculados à cadeia bovina seja de apenas 1/5 do
    total no RS, o número de empregos gerados se
    elevaria em mais de 5.000, totalizando algo em
    torno de 40.000 empregos.

68
North e a Metade Sul (14)
  • Evidentemente, tais prognósticos envolvem
    pressupor a existência de mercado para a produção
    ampliada
  • Mas já vimos o que embasa esta pressuposição. O
    Brasil está se tornando o maior produtor mundial
    de carnes, e a qualidade do produto gaúcho é
    diferenciado, muito mais adequado ao exigente
    paladar europeu
  • Além disso, a produção de bovinocultura de corte
    é solidária da bovinocultura do leite (a Nova
    Zelândia que o diga). De sorte que o apoio a um
    segmento repercute positivamente sobre o outro.
    Há sinergia e ganhos de escala neste processo.

69
E a soja? E o trigo? E o arroz? E o tabaco? (1)
  • A agricultura temporária tradicional do Estado
    cumpre um papel importante na geração de renda
    interna e, de forma alguma, estamos propondo a
    desestruturação destas cadeias
  • Contudo, é preciso reconhecer que com exceção
    do arroz e, secundariamente, do tabaco não
    temos vantagens competitivas estruturais nas
    mesmas, de sorte que qualquer política agrícola
    deve tomá-las como uma fonte de diversificação
    produtiva (e financeira) do produtor rural.

70
E a soja? E o trigo? E o arroz? E o tabaco? (2)
  • Ora, tomados nestes termos, existe toda uma gama
    de culturas temporárias, cuja demanda projetável
    é ainda melhor que a da soja, do arroz, do tabaco
    e do trigo, e que apresentam uma sinergia
    superior com as pecuárias já referidas.
  • Pensamos, aqui, fundamentalmente em duas
    culturas o milho e a cana/etanol
  • O primeiro é um problema do RS. A produtividade
    do milho em nosso território é marcadamente
    inferior ao do restante do Brasil. E ele é um
    componente central da alimentação das diversas
    pecuárias.

71
E o milho? E a cana? (1)
  • A pesquisa de novos varietais de milho em
    particular, de varietais irrigados, capazes de
    ocupar parte das várzeas hoje ocupadas apenas
    pelo arroz urge, e deve ser levada à frente com
    apoio financeiro do governo do Estado
  • No que diz respeito à cana, um amplo território
    do RS acaba de ser incorporado ao zoneamento
    agroecológico desta cultura. Parcela não
    desprezível deste território se encontra,
    justamente, na divisa entre a Metade Sul e a
    Região Norte-Noroeste
  • As perspectivas de demanda são, pelo menos, tão
    alvissareiras quanto as das carnes (em particular
    após o anúncio da instalação da fábrica de
    plástico verde no RS).

72
E o milho? E a cana? (2)
  • Não obstante, em função de determinações postas
    no plano das características edafo-climáticas do
    RS, parece que a produtividade média da cultura
    da cana em solo gaúcho é estruturalmente inferior
    à produtividade no Centro-Sul
  • Longe de ser um impedimento para a diversificação
    produtiva nesta direção, este fato contribui para
    que se projete o desenvolvimento da cultura da
    cana como cultura casada, assumindo pelo
    menos em parte o papel que a soja e o tabaco
    cumprem hoje para parcela não desprezível dos
    pequenos produtores nos municípios mais bem
    sucedidos (em termos de dinâmica econômica) da
    região Nordeste (como Tapejara, por exemplo),
    onde as atividades agropecuárias dominantes são a
    avicultura e o leite.

73
E o milho? E a cana? (3)
  • Vale observar, ainda, que se a produção de cana
    se faz casar com a produção leiteira, é possível
    aproveitar o bagaço da cana como elemento de
    alimentação do gado.
  • Nesta alternativa, o esmagamento da cana já se
    faz na propriedade rural, o que envolve a
    produção e aquisição de esmagadoras,
    centrifugadoras e recipientes para a fermentação
    inicial do caldo de cana.
  • Para além do que este modelo representa em termos
    de agregação de valor para o pequeno produtor,
    ele implica um estímulo importante ao
    desenvolvimento da indústria metal-mecânica
    gaúcha, apta a fornecer os equipamentos
    necessários à qualificação e mecanização da
    produção leiteira e canavieira sulina.

74
Considerações Finais (1)
  • Como já nos ensinava Adam Smith, a
    competitividade não é um atributo natural, mas
    conquistado
  • Ocupar, de forma sólida e sustentável, cadeias
    produtivas baseadas na agropecuária exige uma
    atenção diuturna dos agentes envolvidos e do
    setor público no sentido de ampliar e aprofundar
    a integração interna das cadeias produtivas, bem
    como o enfrentamento das mais diversas barreiras
    não alfandegárias à conquista de mercados
    forâneos

75
Considerações Finais (2)
  • Neste particular, cabe especial atenção às
    barreiras fitossanitárias e ecológicas (os
    green boxes) que, crescentemente, se tornam o
    principal instrumento de defesa dos países
    desenvolvidos de sua produção agropecuária
    custosa e pouco competitiva
  • Uma questão que se torna ainda mais candente
    quando se opera no interior das cadeias
    pecuárias. Num mundo obcecado com o efeito
    estufa, o metano torna-se um adversário não
    desprezível na conquista de mercados forâneos

76
Considerações Finais (3)
  • Mas este adversário pode e deve se tornar um
    aliado
  • Na realidade, o metano gerado pela pecuária
    estabulada pode vir a se constituir numa fonte de
    competitividade estrutural da cadeia pecuária
    gaúcha. Desde que seu potencial combustível seja
    adequadamente explorado
  • Esta exploração sistemática esbarra hoje nos
    custos de manutenção/depreciação de motores a
    metano, de alto poder corrosivo
  • Não obstante, o Brasil possui, hoje, mais que
    potencial possui acúmulo tecnológico para
    enfrentar este grave problema. Um acúmulo aurido
    da superação de problemas similares interpostos
    pela queima de etanol

77
Considerações Finais (4)
  • O que abre espaço para nossa conclusão efetiva a
    aposta na agroindústria não significa o abandono
    da pesquisa tecnológica de ponta ou de
    fronteira
  • Significa, tão somente, a eleição da fronteira
    que nos interessa investigar. Uma fronteira que
    envolve combustíveis renováveis, produção de
    máquinas para processamento e beneficiamento de
    leite, máquinas para micro-usinas de etanol,
    novas forrageiras (produzidas com ou sem
    engenharia genética), novos sistemas de
    rastreamento animal, novos serviços de
    consultoria e extensão empresarial, novos
    sistemas logísticos, etc

78
Considerações Finais (5)
  • Neste sentido, a especificidade de um projeto de
    desenvolvimento baseado na agroindústria não se
    encontra em qualquer pretenso resgate do
    antigo, mas na certeza de que há fronteira
    tecnológica em todos os setores.
  • Ser dependente é tomar por referência a fronteira
    do outro. Só se é autônomo quando sabemos
    identificar a nossa própria fronteira, a
    fronteira que nos interessa investigar.

79
RECONVERSÃO AGROPECUÁRIA E POLÍTICA AGROINDUSTRIAL
Agradecimentos Agradeço ao Prof. da Unijuí,
Dilson Trennepohl, doutorando da Unisc, bolsista
da Fundação Celso Furtado e nosso orientando por
haver calculado os impactos sobre o valor
agregado no Rio Grande do Sul da expansão do VBP
das diversas cadeias produtivas na região
Norte-Noroeste. A metodologia de cálculo foi
desenvolvida em conjunto, por mim e pelo Prof.
Dilson, com o apoio do Prof. Dr. Benedito Silva
Neto, a cujo apoio também agradeço. Pelo
processamento dos dados da Rais, agradeço à
colega feeana Shelia Sternberg. Pela produção das
lâminas para a exposição em Power-point, agradeço
ao bolsista Cristiano Sehn.
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